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Brasil importa centro de ‘guerra virtual’ da Espanha

Os disparos serão todos a laser, o que vai baixar a zero o custo para o treino de tiros. Hoje, o orçamento médio anual do Exército para munições é de R$ 49 milhões. Disparar apenas uma granada custa mais de R$ 500.

 

“Na minha época, um grupo de artilharia disparava 600, 700 tiros ao ano em treinamento. Agora, não passa de 60”, disse o general do Exército Antonio Mourão, responsável pelo contrato.

 

A partir de 2014, os soldados brasileiros poderão fazer até 50 mil disparos virtuais. Também poderão simular combates individuais, com uma mochila com GPS que emite um sinal sonoro quando o soldado é atingido por um tiro a laser e ainda contabiliza o número de disparos realizados, munição disponível e capacidade para continuar no combate depois de atingido.

 

“Atualmente, centros de treinamento disparam muito menos do que deveriam, por falta de dinheiro e por estar em zonas de conflito, como no Rio”, completou o general do Exército Fernando Vasconcellos.

 

Ambos estiveram em Madri para conhecer o andamento do projeto e as instalações da empresa que construirá os centros, a Tecnobit.

 

Desde o ano passado, há 12 militares na Espanha para aprender o funcionamento do centro de treinamento.

 

No centro de treinamento que a empresa construiu para o Exército espanhol, em Madri, militares são preparados para integrar a tropa espanhola no Afeganistão. O local reproduz a geografia do país e a dinâmica de possíveis enfrentamentos nele.

 

HAITI

 

No caso do Brasil, os cenários mais usados serão o de guerras tradicionais, mas os dois centros também vão simular operações no Haiti, ocupações em favelas cariocas e vigilância das fronteiras.

 

“Mas o foco será em guerras convencionais. Embora seja hoje improvável, as Forças Armadas têm de estar preparadas”, disse o general Mourão, que conheceu o modelo de treinamento virtual em 2000 e desde então vinha tentando convencer o Ministério da Defesa a construí-lo.

 

Em 2010, o governo liberou verba, e uma licitação foi feita, na qual a espanhola Tecnobit saiu vencedora.

 

“O projeto é bom para o Brasil porque são métodos de treinamento realistas, flexíveis e complexos e sem danos ao ambiente e custos adicionais, por serem virtuais”, disse o diretor da Tecnobit América, Carlos Hernández.

 

Além de construir os centros, a espanhola vai transferir toda a tecnologia do funcionamento deles e de construção dos equipamentos para o Brasil.

 

Com o know-how em mãos, o Brasil pretende exportar o modelo para países da América Latina. Equador e Paraguai já estão interessados, de acordo com o Exército.

 

Por: LUISA BELCHIOR
(Fonte: Folha SP)

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