Sobre o segundo trecho, ele afirmou que, quando a transcrição se refere a “ADI” o correto seria a palavra “rádio”.
Segundo ele, Cachoeira sabia que Sandes Júnior tinha rescindido um contrato com a rádio em que trabalhava, do mesmo grupo de outra contra a qual o empresário movia um processo por danos morais, do qual teria desistido.
De acordo com Sandes Júnior, Cachoeira ligou para ele para saber se tinha conseguido receber a quantia da rádio.
“Era um contrato de quatro anos. Rescindi depois de um ano. Peguei dez cheques de R$ 5 mil, descontados entre abril de 2009 e janeiro de 2010. Ele perguntou se eu recebi e eu disse que deram vários cheques e que era melhor dividir do que não receber.”
O deputado afirmou que Cachoeira estava “brincando” quando disse para dividirem o valor. “Ele estava brincando, dizendo que eu recebi porque ele desistiu da ação.”
O PSOL, segundo o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), vai pedir a abertura de investigação na Corregedoria da Câmara em relação aos deputados. “No caso dos deputados é preciso uma investigação maior, mas sem dúvida há indícios aí de uma relação espúria, inaceitável, que não condiz com a ética do decoro parlamentar.”
Uso de servidores
Reportagem da “Folha de São Paulo”, publicada na edição deste domingo (1º), mostra que Cachoeira também utilizou servidores da Infraero e da Receita Federal para obter facilidades para entrada e saída de mercadorias contrabandeadas pelo Aeroporto de Brasília.
Ligações telefônicas gravadas com autorização da Justiça mostram que os servidores ajudavam pessoas do grupo de Cachoeira a passar pela fiscalização e apontam como eles deveriam se comportar. Em uma das situações, um dos servidores cobra o whisky e Cachoeira diz: “Tá bom, vou dar.”
À “Folha, os servidores admitiram conhecer os investigados, mas negaram envolvimento em irregularidades ou favorecimento. Negaram ter pedido benefícios. Ao jornal, o advogado de Cachoeira afirmou que não se pronunciaria.
(FOnte: G1)