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Áudios mostram que senador atuou em órgãos em favor de Cachoeira

Conforme a revista Época, Demóstenes chegou a pedir a Cachoeira, influente no Centro-Oeste, que ajudasse a agência de publicidade de um amigo a conseguir contratos em Mato Grosso para a Copa do Mundo.

Outras evidências publicadas pela revista na edição deste fim de semana apontam que Demóstenes defendeu interesses de um laboratório farmacêutico de Cachoeira. Documentos obtidos por “Época” mostram que houve troca de correspondências entre a agência, o gabinete do senador e a agência reguladora. A tentativa seria de agilizar o registro de medicamentos.

Diálogos mostrados por “Veja” apontam que Cachoeira pediu para Demóstenes acompanhar uma pessoa que teria reunião no Ibama. O senador sugere conversar direto com a ministra do Meio Ambiente, com quem diz ter “bom acesso”.

“O Globo” já havia mostrado nesta sexta que senador, em escutas telefônicas de 2009, havia tentado interferir em uma licitação da Infraero. Na época, Demóstenes era relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou problemas no tráfego aéreo do país.

O líder do Democratas na Câmara, deputado ACM Neto, afirmou que o DEM deu prazo até segunda-feira à noite para que Demóstenes se explique sob pena de abertura de processo de expulsão.

“Nós demos ao senador Demóstenes o prazo de segunda-feira à noite, para que ele traga explicações contundentes e consistentes ao partido. O que nós achamos que é muito difícil ele fazer. Caso ele não consiga trazer uma defesa contundente ao partido, o caminho será abertura de processo de expulsão do senador.”

Gravações sobre elo de Demóstenes e Cachoeira
O “Jornal Nacional” mostrou com exclusividade na quarta-feira gravações feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça nas quais o nome do senador aparece em conversas que fazem referência a quantias milionárias. Os diálogos são entre Cachoeira, o contador Geovani Pereira da Silva – que está foragido – e Cláudio Abreu, apontado como sócio de Cachoeira em vários negócios suspeitos – confira no vídeo ao lado.

De acordo com a Polícia Federal, os três discutem nas gravações a contabilidade da organização criminosa. As conversas duram cerca de cinco minutos e o nome Demóstenes é citado seis vezes. Segundo os investigadores, Geovani e Claudio Abreu querem usar R$ 1 milhão para pagar contas da organização. Mas, nas gravações, não fica claro exatamente o contexto das conversas nem para que se destinava o dinheiro mencionado.

Em um dos trechos, Carlinhos Cachoeira pergunta ao sócio Cláudio Abreu o que ele, Cachoeira, reteve. E ouve como resposta: um milhão do Demóstenes.

Cachoeira, referindo-se sempre a Demóstenes, cita várias cifras, cumulativamente: um milhão e quinhentos, mais seiscentos, que dariam dois e cem. E mais um milhão, que Cachoeira diz ao sócio que pediu para segurar. Ele faz a conta e diz que o total dá três e cem. Claudio Abreu discorda, e, usando a expressão “este do Demóstenes”, diz que já tinha sido mostrado a ele e que Cachoeira vinha segurando desde a época em que o senador ganhou a eleição.

Gravações telefônicas divulgadas pelo jornal “O Globo” mostraram que o senador usou de seu mandato para tentar beneficiar o empresário. Um áudio mostrou uma conversa entre Demóstenes e Cachoeira sobre um projeto a respeito da legalização de jogos.

Demóstenes: “Eu peguei o texto ontem da lei para analisar. É aquela que transofrma contravenção em crime. Que importância tem a aprovação disso?”
Cachoeira: “É bom demais, mas aí também regulamenta as estaduais.”
Demóstenes: “Regulamenta, não. Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: “transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização”. Então, inclusive te pega, né? Então, vou mandar o texto pra você. Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em crime, não regulariza nada.”
Cachoeira: “Não, regulariza, sim, uai. Tem a 4-A e a 4-B. Foi votada na Comissão de Constituição e Justiça.”
Demóstenes: “Tudo bem, mas e para depois, para regulamentar? Que aí são duas etapas, em vez de uma só. Vou fazer o que você quer, mas isso aí, para mim, não regulamenta nada.”

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