A escuta telefônica, em procedimento de natureza criminal, foi requerida pelo Grupo Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), braço do Ministério Público que combate cartéis. O grampo pegou pai e filho entre 10 e 25 de setembro.
As conversas gravadas naquele período estão sendo transcritas. Em uma delas, segundo o Ministério Público, um assessor de Ortiz o alerta sobre sua situação. O presidente afastado da fundação, vinculada à Secretaria da Educação do Estado, havia se licenciado sob alegação de problema médico, mas estava se dedicando intensamente à campanha do filho tucano. “Isso vai criar problema para o senhor”, avisou o auxiliar.
A investigação aponta suposto conluio entre três empresas – Capricórnio, Mercosul e Diana Paolucci – para venda de 3,5 milhões de mochilas para a Fundação. Segundo a promotoria, Ortiz Júnior teria exigido a inclusão de cláusulas no edital da licitação das mochilas para favorecer a Paolucci.
Quando a escuta telefônica já havia sido instalada nos celulares e aparelhos fixos de Ortiz e do candidato a prefeito de Taubaté, 8 promotores e 30 policiais vasculharam a sede da Capricórnio, em São Paulo. A força-tarefa recolheu todos os arquivos da empresa, inclusive da contabilidade. Os escritórios da Paolucci também foram inspecionados.
O Ministério Público requereu a quebra dos sigilos bancário e financeiro dos empresários Abelardo Paolucci e Júlio Manfredini, respectivamente donos da Diana Paolucci e da Capricórnio. A Justiça autorizou.
A promotoria investiga ainda denúncia de empreguismo na Fundação, que trabalha com orçamento de cerca de R$ 3 bilhões.
Por: FAUSTO MACEDO
(Fonte: O Estado de S.Paulo)