Acusações de que Valério teria tentado corromper o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) em troca de um contrato em licitação na Câmara
O advogado Marcelo Leonardo, que defende o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, pediu ontem a absolvição de seu cliente que, segundo ele, foi vítima de uma “implacável e insidiosa campanha de publicidade opressiva”. O defensor afirmou que Marcos Valério “não é troféu ou personagem a ser sacrificado em altar midiático”, mas admitiu a condenação do cliente.
“A defesa pede a absolvição pelas 9 acusações e 11 diferentes fundamentos, mas, se, por absurdo, essa Corte entender que é caso de condenação solicito a admissão da pena base porque é preciso reconhecer quem era a pessoa do Marcos Valério”, disse Leonardo. Ele enfatizou que Valério é réu primário e que até a revelação do mensalão era um empresário respeitado em Minas Gerais.
Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Valério foi o principal operador do mensalão e, graças a vínculos com os bancos Rural e BMG, garantiu a entrada de recursos no esquema.
Leonardo sustentou que não houve compra de deputados em troca de apoio a projetos de interesse do governo. “No máximo, caixa 2”, disse. Alegou ainda que os empréstimos foram válidos. “Não há prova de desvio de recursos públicos”, afirmou. “Os valores têm origem em empréstimos verdadeiros, depositados na conta da própria agência, com identificação dos sacadores. O banco arquivou as informações, assinava-se recibo dos saques”, disse.