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Adesão ao Cern fica sem resposta

Missão do Brasil na ONU questionou Brasília há dois meses sobre convite e espera decisão

O impasse em torno da adesão do Brasil ao Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern) deixa a diplomacia brasileira sem resposta. Há dois meses, a missão do Brasil na ONU enviou telegramas à Brasília, questionando em que estágio estava o debate interno no governo em relação à adesão ao centro de pesquisas. Até hoje sequer recebeu uma resposta, enquanto a direção do Cern cobra uma posição do País.

Há dois anos, diplomatas brasileiros mediaram a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Cern. O evento foi comemorado como o primeiro passado para a entrada do País no centro. Mas, desde então, nada ocorreu. O ex-ministro Aloizio Mercadante chegou a visitar Genebra e prometeu acelerar o processo. A direção do Cern entendeu a visita como um sinal de que o processo avançaria. Uma vez mais, porém, nada ocorreu.

Em maio, a diplomacia brasileira em Genebra decidiu questionar o governo sobre o andamento do processo e enviou um telegrama para Brasília. Nunca recebeu sequer uma resposta.

Na quarta-feira, 4, o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer, confessou ao Estado sua frustração em relação ao Brasil. “Vocês (brasileiros) são muito lentos”, declarou. O diretor deixou claro que, com o governo fora do Cern, as empresas nacionais não poderão participar do processo de licitação de peças e serviços que o acelerador de partículas em Genebra lançará a partir do próximo ano e que promete movimentar milhões de dólares. O custo da adesão do Brasil ao Cern será de US$ 10 milhões por ano.

Uma situação similar foi vivida pelo Brasil nos anos 90. O então presidente Fernando Collor de Mello foi convidado a fazer parte da construção do acelerador de partículas, sem qualquer custo e em troca de acesso a minérios que poderiam ser usados na fabricação da máquina. O processo não caminhou e o Brasi ficou de fora do maior experimento da física moderna.

Por: Jamil Chade; correspondente em Genebra
(Fonte: Estadão)

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