Agora, a luta pela preservação da paisagem entra em nova fase. Em 2012 será criado um grupo para sugerir padrões de construção capazes de preservar paisagens de valor para a população. A discussão do tema já passou pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU).
Em entrevista ao Estado, a arquiteta Pérola Felipette Brocaneli, membro da CPPU, afirmou que a intenção é evitar a obstrução completa da paisagem, como ocorreu com a construção do Shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste da capital. O prédio impede que os moradores do local avistem o Pico do Jaraguá. A comissão também interferiu no licenciamento ambiental do monotrilho em construção na zona leste – a extensão da Linha 2-Verde do Metrô. As vigas que sustentam os trilhos suspensos mudam a paisagem. Por isso, exigiu-se do consórcio o aterramento da fiação elétrica ao redor da obra e a instalação de barreiras acústicas transparentes, além de um corredor verde sob os trilhos.
São Paulo segue, assim, a tendência mundial de proteção da paisagem urbana. Ela vai além dos aspectos culturais, ecológicos, ambientais e sociais, pois tem grande importância econômica para a metrópole – afeta o potencial turístico e o próprio mercado imobiliário. No início de novembro, a cidade recebeu em Nova York o Prêmio International Scenic Visionary Award, ocasião em que foi lançado o documentário This Space Available, baseado na experiência da Lei Cidade Limpa. O filme descreve a luta contra a poluição visual nos espaços públicos em todo o mundo.
Essa lei é um sucesso e deve servir de exemplo para cidades de todo o País.
(Fonte: Estadão)