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Youssef presta depoimento à Justiça Federal em processo da Lava Jato

Doleiro será ouvido em ação que investiga a UTC e a Camargo Corrêa. Executivos são acusados de pagar propina a funcionários da Petrobras.

 

O doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe de uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro, vai ser ouvido em uma audiência na Justiça Federal, nesta quarta-feira (29). O depoimento faz parte do processo que investiga irregularidades envolvendo contratos das empreiteiras Camargo Corrêa e UTC com a Petrobras. A suspeita do Ministério Público Federal (MPF) é de que houve superfaturamento e pagamento de propina a funcionários da estatal e políticos.

 

A audiência está marcada para as 9h. O doleiro será o terceiro réu a ser ouvido neste processo. Na terça-feira (28), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa e Waldomiro de Oliveira, apontado como laranja de Youssef nos negócios investigados na Lava Jato.

Durante os depoimentos de terça-feira, Costa afirmou que os desvios de valores na área de Abastecimento da estatal, comandada por ele entre 2004 e 2012, eram apenas a “ponta do iceberg” do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro ocorrido dentro da empresa.

Já Waldomiro deu detalhes da participação dele no esquema. Conforme o relato, ele forneceu as empresas MO Consultoria, Empreiteira Rigidez e RCI Software para que Youssef pudesse receber dinheiro de empreiteiras. “As empreiteiras deviam dinheiro para ele, e ele precisava de documentos, contratos e notas fiscais, para receber. Ele precisava de alguém para dar respaldo”, disse.

Além destes réus, ainda devem ser ouvidos executivos da empresa, que passaram a cumprir prisão domiciliar, após decisão do STF, também tomada na terça-feira (28). Os depoimentos estão marcados para o dia 4 de maio, em duas sessões, uma pela manhã e outra à tarde.

 

‘Clube das empreiteiras’

As investigações da Lava Jato apontam que Ricardo Pessoa, presidente da UTC e um dos réus no processo, é acusado de prática de cartel, corrupção, lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa. Segundo o MPF, ele realizava e coordenava as reuniões do chamado “clube das empreiteiras”, grupo formado por diversas construtoras que corrompiam agentes públicos para obter contratos com a Petrobras. Ele foi um dos beneficiados com a ida para a prisão domiciliar.

Segundo as investigações, esse clube combinava preços superfaturados de contratos que eram celebrados com a Petrobras. As construtoras também definiam qual empreiteira ou consórcio seria o vencedor das licitações, de acordo com o MPF. O esquema começou a ser revelado a partir de depoimentos de um representante de uma dessas construtoras, Júlio Camargo, que fez um acordo de delação premiada com a Justiça.

Camargo mostrou aos procuradores a forma de funcionamento do clube. Ao prender Ricardo Pessoa, a Polícia Federal encontrou um diário no qual constava uma lista de reuniões entre os dirigentes das empreiteiras investigadas. Para o MPF, essa lista é uma das provas da existência do clube.

 

(Fonte: G1)

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