A decisão do juiz Marllon Souza é, no mínimo, corajosa. Como
atestam várias pesquisas de opinião pública, o modelo adotado pelo governo de Mato Grosso para o transporte público na capital, o VLT, é o que conta com a maior simpatia da população cuiabana. Para os usuários, ele é a solução dos graves problemas de transporte público na Grande Cuiabá.
A suposição de que no momento este tipo de transporte é superdimensionado para as necessidades de Cuiabá foi debatido várias vezes nos últimos meses, inclusive por este Diário. A conclusão é de que a opção pelo VLT é um investimento para o futuro e que o momento de fazê-lo é agora, devido à oportunidade de recursos, que só estão disponíveis neste momento devido à realização da Copa do Mundo.
Outra questão que este Diário debateu várias vezes ao longo dos últimos meses é sobre a possibilidade da obra ficar pronta antes da realização do Mundial. A conclusão é de que se não ocorrerem problemas na liberação dos recursos financeiros, é possível fazê-la. De qualquer forma, um contrato foi assinado entre o governo e o consórcio ganhador da obra, que prevê sua conclusão antes do início da Copa. Basta nossas autoridades cobrarem – desde que façam a sua parte – o que consta do contrato.
Como este Diário sempre defendeu, desde que Cuiabá foi escolhida como uma das sedes do Mundial 2014 esta é a maior oportunidade que a cidade tem para resolver vários problemas de infraestrutura que se avolumam numa cidade quase tricentenária. Daí nossa defesa da realização das obras que estão em andamento por toda a cidade. Porém, as soluções devem ser concebidas respeitando nossas leis.
É papel do Ministério Público questionar. Da mesma forma que é legítima a ação do Executivo em defender suas decisões administrativas. Cabe ao Judiciário decidir quem está certo na questão, sempre respeitando a independência das instituições. Ontem, o juiz federal apenas concedeu uma liminar. Só esperamos que a decisão do mérito não demore uma eternidade e que Cuiabá e Várzea Grande não sejam, novamente, penalizadas com ações e decisões equivocadas.
Só esperamos que Cuiabá e Várzea Grande não sejam penalizadas com ações e decisões equivocadas
(Fonte: Diario de Cuiaba)