Para muitos especialistas, a 4G é, sem dúvida, o projeto de telecomunicações mais ambicioso da humanidade. Basta lembrar que a internet móvel, nascida nos anos 1990, tinha uma velocidade média de apenas alguns quilobits por segundo (kbps). Mas ela se amplia para 100 kbps, depois para 384 kbps, na segunda geração (2G) e experimenta novos saltos na 3G, para alcançar teoricamente 3,6 ou 7,2 megabits por segundo (Mbps) nos últimos anos. Na prática, contudo, a 3G não nos tem dado mais do que 2 Mbps, por falta de mais frequência e por problemas de congestionamento das redes.
A 4G é uma tecnologia muito mais poderosa e promissora. Mas não será alcançada imediatamente após a implantação das novas redes, cujas frequências foram licitadas neste primeiro leilão. As quatro maiores operadoras apenas iniciarão a decolagem de um processo que é denominado Evolução de Longo Prazo, ou, em inglês, Long Term Evolution (LTE), no jargão dos especialistas.
Nos primeiros anos de implantação da rede LTE, a velocidade poderá saltar para velocidades efetivas de 3,6 para 7,2 Mbps, o que já será um avanço extraordinário. Isso poderá ocorrer inicialmente nos maiores centros, para usuários de smarphones e tablets avançados, especiais para a essa quarta geração.
Daqui a cinco anos, muitos usuários já não aceitarão uma internet móvel com velocidade efetiva abaixo de 5 Mbps. Em 10 anos, teremos serviços chamados Premium, com velocidade acima de 50 Mbps. Mas, a grande maioria dos usuários estará sendo beneficiada por velocidades entre 10 e 20 Mbps – que lhe permitirá uma gama de serviços extraordinários.
Mais de 100 milhões de brasileiros poderão estar usando smartphones e tablets em 2016. A esses cidadãos serviços a nova comunicação móvel deverá proporcionar aplicações 4G muito mais valiosas do que a comunicação celular de hoje. Muitos dos dispositivos serão, a realidade, equipamentos híbridos, que combinarão os mais avançados smartphones com os mais criativos e poderosos tablets e ultrabooks.
Por: Ethevaldo Siqueira
(Fonte: Estadão)