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Terracap corre contra o tempo para evitar novo vexame no Autódromo Nelson Piquet

Apesar de o Autódromo Internacional Nelson Piquet estar fechado desde o ano passado, há previsão de que sedie uma prova nacional em 2016. O calendário oficial da Stock Car, principal categoria do automobilismo nacional, prevê para o dia 16 de outubro a 9ª etapa da competição no local, mesmo completando, agora em janeiro, um ano sem que o autódromo receba nenhuma corrida.

Em 2015, o autódromo de Brasília já havia perdido o direito de sediar duas etapas da Stock Car e outras competições de grande porte. Entre elas, a Fórmula Indy, a sexta etapa do Campeonato Brasileiro de Moto 1000 GP, que acabou sendo transferida para o Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia, e havia ainda a expectativa de Brasília sediar o Mundial de Motovelocidade.

Procurada pela reportagem do Fato Online, a assessoria de imprensa da Terracap informou que está tentando fazer uma nova licitação para dar continuidade à obra embargada pela Justiça em dezembro de 2014. A reforma pela qual o local passava para que sediasse a Indy, em março passado, foi paralisada depois de o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e o TCDF (Tribunal de Contas do DF) apontarem irregularidades.

Agora, a Terracap corre contra o tempo. Segundo o órgão, essa nova licitação trará, assim como a anterior, uma parceria entre a Terracap e a Novacap. “A Novacap, por meio de licitação, irá contratar as empresas especializadas. A Terracap, por meio de convênio específico, irá repassar os recursos necessários, estimados atualmente em cerca de R$40 milhões”.

A nova obra pretende terminar a reforma da pista, arquibancadas, além dos banheiros e dos boxes das equipes. Também está prevista a instalação de equipamentos de segurança, como barreiras de pneus. Com tudo isso, o autódromo teria capacidade para receber grandes provas regionais e nacionais. O Fato Online tentou falar com o presidente da Terracap, Alexandre Navarro, sobre o assunto, mas ele está de férias. A nota enviada pela assessoria diz apenas que não há ainda como estipular prazos para a retomada das obras, já que depende da aprovação da nova licitação.

Por e-mail, o Ministério Público do DF explicou que o embargo da antiga obra não interfere na nova licitação anunciada pela Terracap. Segundo a nota, o projeto da reforma que foi paralisada tinha “vícios”, o que não garante que o mesmo acontecerá com a licitação que deve acontecer em 2016.

Ainda no início deste ano, a Terracap pretende também lançar um edital para que a iniciativa privada manifeste interesse em não só administrar o autódromo, mas também, o Ginásio Nilson Nelson, o Complexo Poliesportivo Cláudio Coutinho e o Estádio Mané Garrincha. As empresas interessas em cuidar desses lugares deverão apresentar um estudo garantindo a viabilidade financeira das praças esportivas.

Entenda o caso

De acordo com uma ação penal ajuizada em novembro passado, pelo MPDFT, Nilson Martorelli, ex-presidente da Novacap, e Maruska Lima de Souza Holanda, ex-presidente da Terracap, utilizaram meios ilegais para tocar a obra de reforma do autódromo. A investigação constatou que o contrato do GDF com a Basevi Construções S/A para tapar buracos nas ruas e avenidas da capital federal foi estendido para contemplar também a reforma da pista do Autódromo Nelson Piquet.

Em junho de 2013, a Terracap já havia assinado contrato com a empresa Apex Circuit Design Ltda. no valor de 305 mil euros (cerca de R$ 1,2 milhão) para a elaboração de estudos técnicos e de viabilidade para a reforma e a adequação do Autódromo Internacional Nelson Piquet às normas internacionais de segurança para eventos automobilísticos. Em setembro de 2014, novo contrato foi firmado, no valor de R$ 7 milhões, para serviços técnicos de consultoria especializada com a empresa Rígido Engenharia Ltda, e outro de R$ 37 milhões com a Emissora de Televisão Band para a realização da Fórmula Indy em Brasília.

No mesmo mês, foi celebrado convênio para a alocação de recursos da Terracap à Novacap e para execução da obra de reforma e adequação do autódromo no valor estimado de R$ 312 milhões. Em razão disso, em outubro de 2014, a Novacap lançou edital de concorrência para a execução da reforma. Entretanto, o TCDF apontou um sobrepreço de mais de R$ 30 milhões e suspendeu o certame (Decisão nº 5528/2014 – Processo TCDF nº 28628/2014).

Após constatar o início das obras, em dezembro de 2014, o MPDFT recomendou ao governo a sua suspensão, o que foi atendido. A execução irregular da reforma gerou gastos de mais de R$ 7 milhões. Desse valor, R$ 1 milhão já foi repassado à empresa.

Fonte: Fato Online

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