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Regras flexíveis podem esbarrar nos tribunais

A Lei Orçamentária Anual (LOA, Lei 12.465/2012) prevê investimentos de R$ 80,3 bilhões em obras durante este ano, excluídos os orçamentos das estatais, como a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).Deste total, 2,3% irão para obras da Copa do Mundo e da Olimpíada; 54,2%, para obras do PAC; 11,8%, para obras de saúde, especificamente  construção e reforma de hospitais e postos de saúde; e 15%, para obras de educação, como construção e reforma de escolas e universidades.  O restante será investido nas demais áreas, como infraestrutura.

 

O RDC é tido pelo governo como uma opção mais célere do que a Lei de Licitações. Com o Regime Diferenciado de Contratações, é possível a administração pública licitar uma obra por meio de contratação integrada. Assim,  apenas uma empresa licitada fica responsável por todas as etapas, desde os projetos básico e executivo até a entrega final da obra. Além disso, o orçamento é sigiloso e o pregão pode ser usado em todos os tipos de licitação.

 

A ampliação do RDC foi incluída pelo deputado Pedro Uczai (PT-SC) na Medida Provisória 570/2012, que concede um benefício adicional a famílias do Programa Bolsa Família, para superação da extrema pobreza na primeira infância, de zero a seis anos de idade.

 

Roubalheira

 

A oposição tentou, por meio de destaque, retirar o dispositivo que ampliava o RDC para obras do sistema de ensino. No entanto, o artigo foi mantido pela maioria.

 

Para o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), o RDC “não é transparente”. “Estamos tentando demolir um dos princípios básicos da democracia, que é a transparência”, criticou. Na sua opinião dele, o novo regime é uma “licença para roubalheira”, em especial pelo orçamento sigiloso e pela possibilidade da contratação integrada, pela qual a mesma empresa faz os projetos básico e executivo e a obra.

 

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), disse que o RDC  é um atestado de “incompetência governamental” de gerenciar, pelo governo ter demorado a começar as obras da Copa  e da Olimpíada. Na avaliação de Bueno, a Lei de Licitações precisa ser melhorada, mas não alterada pelo RDC, pois isso seria um prejuízo grande para  a moralidade e a legalidade do processo licitatório.

 

TCU e ações

 

Os partidos da oposição (DEM, PSDB e PPS) e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, entraram com duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o RDC.

 

As ADIs questionam o processo de criação do RDC, feito por uma emenda à Medida Provisória 527/2011, que tratava apenas da criação da Secretaria de Aviação Civil, sem  relação alguma com o tema de licitações. Além disso, o RDC não fixa parâmetros mínimos para identificar as obras, serviços e compras que serão enquadrados no regime. Gurgel põe em dúvida se, pelo modelo de contratação integrada, haverá isonomia entre os concorrentes.

 

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Benjamin Zymler, considera o RDC uma evolução em relação à Lei de Licitações. Para ele, as principais vantagens são acelerar o processo de contratações, dar maior economia e garantir a idoneidade das contratadas.

 

“O RDC foi muito criticado logo que a MP527/2011 virou lei. Fui uma das poucas vozes que mencionavam as virtudes do RDC. Hoje já se permite verificar elogios e ver que ele traz virtudes nas licitações”, afirmou.

 

Por: Abnor gondim

(Fonte: Panorama Brasil)

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