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Promotor vê prova de propina no cartel do trem

Foi contratado como consultor nas séries 2000 e 2100 (reforma de trens), entrou já na fase de licitação, contratado pelo consórcio.

Marcelo Milani diz que depósito de US$ 250 mil para ex-diretor da CPTM comprova crime; suspeito de ser lobista do esquema prestou depoimento

 

O promotor Marcelo Milani afirmou ontem que o depósito de US$ 250 mil feito pelos consultores Arthur e Sérgio Teixeira na Suíça na conta do ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) João Roberto Zaniboni é prova do pagamento de propina das empresas do cartel do setor metroferroviário para agentes públicos.

 

É a primeira vez que um dos investigadores afirma publicamente haver provas do pagamento de propina no caso.

 

Ontem, Teixeira voltou a confirmar o depósito em depoimento ao Ministério Público estadual, mas novamente afirmou se tratar do pagamento por consultoria prestada por Zaniboni a ele em 1998, antes que se tornasse diretor da CPTM, no ano seguinte. Os depósitos, parcelados, caíram na conta de Zaniboni em maio e dezembro de 2000.

 

Teixeira reiterou que não fez nenhum contrato com o ex-diretor da CPTM. “Ele não apresentou documento, diz que o contrato foi verbal. Um serviço realizado dois anos antes, fez um depósito e avisou o outro. É inverossímil, não cola”, afirmou Milani. “Temos prova agora de que houve pagamento de propina para agente público”.

 

O criminalista Eduardo Carnelós, que defende Teixeira, refutou taxativamente a suspeita. “O sr. Arthur é consultor, não é lobista, nunca pagou propina. Foi contratado como consultor nas séries 2000 e 2100 (reforma de trens), entrou já na fase de licitação, contratado pelo consórcio. Participou da verificação das metas de desempenho e a execução dos contratos.”

 

O advogado Luiz Fernando Pacheco, defensor de Zaniboni, disse que o ex-diretor da CPTM recebeu por consultoria prestada a Teixeira, antes de assumir o cargo na estatal.

 

O inquérito que apura o suposto pagamento de propina foi enviado ao Supremo Tribunal Federal por conter citações a políticos com prerrogativa de foro no STF – o relator do caso, Marco Aurélio Mello, já afirmou que pretende desmembrar o caso, ficando no Supremo a investigação envolvendo os políticos e devolvendo à primeira instância a que envolve pessoas sem foro privilegiado.

 

O pagamento de propina foi primeiramente mencionado pelo ex-diretor da multinacional alemã Siemens Everton Rheinheimer, que acusa os secretários estaduais e deputados federais licenciados Edson Aparecido (PSDB), José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM), assim como o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), de terem ligação com o esquema de corrupção no setor. Todos negam enfaticamente.

 

Também foi citado pelo ex-diretor da CPTM Benedito Chiaradia, que afirmou à Polícia Federal ter ouvido de pessoas do setor metroferroviário que Arthur Teixeira intermediava o pagamento de propina a diretores do Metrô e da CPTM e ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho, secretário da Casa Civil do governo Mário Covas nos anos 1990.

 

 

Por: Fernando Gallo

(Fonte: Estadão)

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