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Professor diz que construtora deveria ter concluído obras na Câmara de Ribeirão com verba inicial


José Elias Laier diz que dinheiro cedido à construtora pela gestão passada era mais do que suficiente para finalizar obras. Advogado rebate e diz que problemas encareceram projeto.

O professor da Universidade de São Paulo (USP) que realizou uma vistoria no local onde estão sendo feitas as obras do prédio anexo à Câmara Municipal de Ribeirão Preto (SP) afirma que o dinheiro cedido à construtora responsável pela obra era suficiente para que a edificação fosse finalizada. Já o advogado da empresa responsável por executar os trabalhos diz, entretanto, que foram encontrados problemas durante a construção e por isso a empresa precisa de mais verba.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi criada no começo de fevereiro para apurar suspeitas de irregularidades na licitação e de superfaturamento da obra do novo prédio do poder Legislativo. A execução teve início em 2015 durante a gestão do presidente Walter Gomes (PTB), preso na Operação Sevandija por suspeitas de corrupção.

A obra para abrigar os gabinetes dos 27 vereadores e a TV Câmara foi orçada em R$ 6,5 milhões e estava prevista para ser entregue em agosto de 2016. A construtora pediu alterações no projeto original, o que encareceu o serviço, e afirma hoje que ainda precisa de R$ 1,7 milhões para finalizar a obra. Nesta quarta-feira (10), membros da comissão se reuniram com o professor responsável por redigir um laudo sobre o estado em que a obra se encontra.

Em março deste ano, durante a primeira vistoria, José Elias Laier, professor de engenharia e estruturas da USP de São Carlos, se surpreendeu com o estado das obras porque observou que a edificação já estava em processo adiantado. Durante a reunião da CPI desta quarta-feira, entretanto, ele explicou que ainda são necessários ajustes para que a obra seja entregue.

“Já era para estar nos ‘finalmentes’, era para estar faltando 6%, 7% da obra. Provavelmente, digamos assim, em um palpite com alguma base, eu imagino que faltam uns 40% para terminar porque a estrutura está pronta, a alvenaria está pronta. Falta terminar o térreo, que é a parte do estacionamento, que é algo bastante simples perto do resto. Agora é preciso ver as instalações. Eu não sei da parte elétrica, da parte de informática, a parte de bombeiros também não sei se foi concluído”, explica.

Apesar disso, Laier concluiu que o orçamento da obra está correto e afirma que o dinheiro que foi cedido à construtora era suficiente para que o anexo da Câmara estivesse finalizado.

“O orçamento está correto, os preços e as planilhas foram feitas com base em custos nacionalmente conhecidos como, por exemplo, os da Caixa Econômica Federal. Esses custos estavam corretamente lançados e o orçamento feito na ocasião estava dentro daquilo que se espera. Poderiam perfeitamente ter executado a obra com os preços que eles lançaram”.

Em contrapartida, Laier criticou a estrutura que já foi erguida até o momento e afirma que o anexo possui um design que não condiz com aquele visto no atual prédio da Câmara dos Vereadores. Além disso, o professor da USP também destacou que a obra não conta com iluminação natural e vai na contramão dos prédios construídos com base na sustentabilidade.

“É uma espécie de galpão fechado que não tem iluminação natural e é só à base de lâmpadas. A parte de arejamento também é um arejamento forçado à base de ar condicionado. Nos dias de hoje a sustentabilidade exige projetos com mais eficiência do que esse”, diz.

Outro lado
Já o advogado da construtora diz que a obra está muito mais adiantada do que o professor da USP afirma. Segundo Sérgio Moya, a construção do anexo da Câmara de Ribeirão Preto já está mais de 90% concluída. Além disso, ele afirma que foram detectados vários problemas durante os trabalhos que acabaram encarecendo os custos das obras.

“A empresa trabalhou exatamente com o valor apresentado, os projetos apresentados, e nesse item que ela tem que se pautar, ou seja, houve a necessidade de realizar modificações, alterações no projeto que implicaram obviamente em adequações técnicas e de valores. Hoje, nosso cronograma, pontua 93,88% do objeto executado que pode ser aferido por uma mera visita e uma mera supervisão técnica de engenharia”, explica.

Ele explica que a construtora ainda precisa de R$ 1,7 milhões para que a obra seja concluída e entregue aos vereadores. O dinheiro, de acordo com ele, servirá para cobrir serviços que necessariamente precisam ser executados para se entregar o anexo da Câmara.

“Falta menos de 7% para que a obra seja concluída em sua totalidade. Isso, obviamente, do objeto licitado. Existe alguns serviços como climatização, lógica e esses não estão contemplados no objeto. Isso a própria Câmara tem que contratar em licitações em separado do objeto licitatório”, conclui.

Segundo o professor da USP, o laudo final de sua análise sobre as obras realizadas deverá ser finalizado em até 20 dias. Depois disso, a Câmara dos Vereadores deverá enviar o documento para o Ministério Público.

(Fonte: G1)

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