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Prefeitura de Santa Maria publica edital de licitação para construção do Memorial às Vítimas da Kiss em Santa Maria

O memorial terá 383,65m² de área total construída distribuída em um único pavimento e inclui sala de escritório, sala multiuso, auditório, banheiros masculino e feminino, acessos ao auditório, depósito, área técnica, varanda e jardim.

O projeto está orçado em R$ 5,45 milhões com recursos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), do Ministério Público do Rio Grande do Sul, e do Executivo Municipal. Abertura dos envelopes ocorrerá em 5 de janeiro de 2024.

A Prefeitura de Santa Maria, em conjunto com a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), informa que foi publicado, nesta segunda-feira (4), o processo licitatório referente à construção do Memorial às Vítimas da Boate Kiss, no local onde funcionava a casa noturna emSanta Maria (Rua dos Andradas, 1.925, Centro). A abertura de envelopes ocorrerá em 5 de janeiro de 2024. Os critérios e as normativas para a participação no certame podem ser conferidas no edital.

“Estamos dando continuidade a um compromisso da nossa gestão assumido publicamente, que é o de resolver todas as questões que envolvam a tragédia da Boate Kiss e que estejam dentro da competência da Prefeitura. Sabemos que é um caminho longo e árduo, do qual nunca iremos desistir por entender que temos a obrigação de honrar as vítimas e os familiares, além de fazer com que ninguém se esqueça do que aconteceu”, reforça o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, que trata sobre a efetivação do Memorial desde 2016.

A obra está orçada em R$ 5.453.505,11, sendo R$ 3.895.708,53 para material e R$ 1.557.796,58 para mão de obra. O projeto será custeado com verbas do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) – que, em maio, oficializou o repasse de R$ 4 milhões. Já o investimento da Prefeitura é de R$ 1.371.061,38.

“Quando a gente decidiu iniciar as tratativas para a construção do Memorial, em 2017, fizemos seminários com diversas instituições, que ajudaram em todo esse processo. Esse seminário serviu para a gente falar das nossas preferências, do que gostaríamos e do que queríamos evitar no projeto. Sempre prezamos pela questão de que não fosse nada interpretado como algo luxuoso nem a edificação ser toda fechada em concreto ou algo desse tipo. A partir disso, chegamos à conclusão do tipo de edificação que seria construída, e que a simplicidade fizesse com que as pessoas entendessem a proposta do memorial em si”, pontua o presidente do conselho da AVTSM, Flávio Silva.

“Queremos que este memorial seja para a cidade um abrigo de vida para quem ficou e de memória de quem se foi. Uma maneira de ressignificar, abraçar um espaço que até então é feito de dor. Por se constituir um direito à preservação da memória cultural de uma cicatriz na história da cidade, o memorial se configura como um tema relevante, de valor histórico. Uma cidade é produto de todas as histórias que nela se cristalizam, assim como suas arquiteturas refletem os acontecimentos e o movimento através do tempo”, considera a secretária de Cultura de Santa Maria, Rose Carneiro. A pasta é responsável pela licitação.

COMO SERÁ O MEMORIAL

A busca pelo Memorial às Vítimas da Boate Kiss ocorre desde 2013, ano em que aconteceu o incêndio na casa noturna e resultou em 242 mortes e em mais de 600 feridos. O projeto arquitetônico foi escolhido por meio de concurso nacional aberto de arquitetura, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) do Rio Grande do Sul em 2018, em que foram entregues 121 propostas. A proposta escolhida por unanimidade pelo júri como vencedora foi a do arquiteto Felipe Zene Motta, da empresa Motta e Zene Engenharia e Arquitetura, de São Paulo, que prevê um jardim naturalista circular de flores e um auditório. A sua volta, haverá 242 pilares de madeira, cada um representando uma vítima da tragédia.

“Da rua, vê-se um muro de concreto e tijolos que bloqueia quase que inteiramente a visão do espaço interior. A austeridade da fachada representa o luto; exige do visitante respeito a tudo que lá ocorreu. Em contraste, ao atravessar o muro, encontra-se um espaço de surpreendentes luz e fluidez. O atravessar, assim, remete à transformação e à potencialidade da ressignificação do luto e do pesar; abrem-se as perspectivas para um futuro de menos dor e maior acolhimento”, explicou o autor no projeto.

O memorial terá 383,65m² de área total construída distribuída em um único pavimento e inclui sala de escritório, sala multiuso, auditório, banheiros masculino e feminino, acessos ao auditório, depósito, área técnica, varanda e jardim. A construção terá uma estrutura mista de concreto armado e de madeira laminada colada (MLC). O prazo para entrega, a contar da assinatura da ordem de serviço, é de 240 dias (8 meses).

“O projeto escolhido foi o que melhor atendeu a visão da AVTSM. Tem um jardim muito bonito para que o espaço também seja um lugar de paz e contemplação. Esse memorial tem uma importância muito grande, pois, além de trazer a memória do que aconteceu na tragédia, e a história dos nossos jovens, nossos filhos, ele é um marco para a prevenção. Digo isso porque sempre levantamos essa bandeira da prevenção para que tragédias como a da Boate Kiss não se repitam”, complementa Flávio.

(Fonte: Acontece no RS)

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