No dia seguinte, Gilberto Miranda telefona para Paulo e oferece o seu jato particular. O diretor da ANA tenta interromper a conversa e, quando consegue, pede que eles se falem por telefone fixo.
O inquérito da Polícia Federal mostra que Paulo viajou no dia 17 de abril para o Piauí em um jato particular. A PF suspeita de que a aeronave pertença a Miranda.
O ex-senador é flagrado em outras conversas avisando a Vieira de que os “meninos” (pilotos) estavam chegando a Brasília para buscá-lo.
Em outra conversa com Miranda, Paulo o interrompe. “Não fale comigo, não fale comigo uma palavra por telefone”, disse ao interlocutor.
Apesar de temer grampos, Vieira não interrompeu as conversas com o irmão. Em uma delas voltou a falar do ex-senador Demóstenes Torres. Disse que trataria do caso em sua tese em filosofia, na qual pretendia discutir o conceito de ética.
No desenrolar da conversa, o ex-diretor da ANA aproveita para atacar os membros do Ministério Público. O ex-senador é procurador de Justiça em Goiás.
“Mas o tanto de gente que tem no Ministério Público daquele jeito, um dos lugares que mais tem gente safada… Uns falsos moralistas, uns tremendos pilantras”, diz.
Paulo e Rubens Vieira estão presos e seus advogados não foram encontrados para comentar o caso. O ex-senador Gilberto Miranda não ligou de volta.