Ela disse ainda que Petrobras está preocupada com a capacidade de os estaleiros instalados no Brasil conseguirem atender a forte demanda de encomendas, principalmente das 35 sondas para o pré-sal, nos próximos anos. Segundo ela, todo o trabalho que vem sendo feito pela companhia, como o lançamento da nova etapa do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), é justamente para garantir que a indústria nacional possa atender a demanda de forma competitiva e sustentável.
– Todo esse trabalho que fazemos é fruto da nossa preocupação de que a indústria nacional possa nos atender com bases competitivas e sustentáveis. Ser um estaleiro virtual não é um problema, o problema é não fazer nada para deixar de ser virtual, aí é um problema real – afirmou Graça.
Estão sendo chamados estaleiros virtuais aqueles que ainda não existem fisicamente, mas que ganham encomendas da Petrobras a partir das quais são construídos. O Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco foi um dos primeiros estaleiros virtuais, que só passaram a existir após receber a encomenda de uma série de navios petroleiros da Petrobras.
– Essa solução em relação a pessoal e oferta de serviços é fundamental para conseguirmos nossas metas a partir de 2014/15 – destacou Graça.
A presidente disse que hoje, inclusive, teve uma longa reunião com os executivos da Sete Brasil, empresa que ganhou a licitação para construir ao todo 28 sondas de perfuração no país.
– Tudo que diz respeito a sondas nos preocupa. E tudo tem que ser muito bem administrado e acompanhado – afirmou Graça.
Segundo a presidente, estaleiros virtuais como o da Jurong Aracruz, no Espírito Santo, que ainda não saiu do papel, não estão atrasados.
– Existem uma série de discussões entre as partes que estão buscando um novo modelo de negócios para se tornarem mais eficientes. O contrato que eu tenho é com a Sete Brasil, então a cobrança forte é com eles – afirmou Graça.
Petrobras busca vazamento zero
Ao se referir ao vazamento de gás natural ocorrido na última sexta-feira na plataforma P-51, a presidente da Petrobras disse que a companhia trabalha para não acontecer nenhum vazamento. O total de óleo vazado ano passado foi de 234 mil litros, abaixo do limite máximo fixado pela companhia que é de 600 mil litros por ano.
– A gente planeja vazamento zero. Vazamento é completamente inadmissível, não trabalhamos para contabilizar vazamentos. Mas no ano passado o volume de óleo vazado foi menor do que no ano anterior – destacou Graça.
No ano passado, o total de vazamentos em todas as atividades da Petrobras foi de 234 mil litros, contra 668 mil litros no ano anterior. Esse volume representou uma média de 600 litros por dia para uma produção de 218 milhões de litros por dia de petróleo (2 milhões de barris/dia). A Petrobras destaca que o total de vazamentos de 234 mil litros se refere a todas as atividades da companha da produção, ao refino e transporte. A Petrobras informou ainda que mais da metade do volume de óleo vazado ano passado se referiu a acidentes rodoviários com caminhões da Petrobras Distribuidora.
No ano anterior o volume foi significativamente elevado, de 669 mil litros, devido a um problema em um oleoduto terrestre no Rio Grande do Norte, que apresentou problemas na solda.
Por: Ramona Ordoñez
(Fonte: Extra | O Globo)