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Petrobras deve usar térmicas para monetizar gás em terra

Objetos da 12ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Modelo reproduz a estratégia utilizada pela Eneva (ex-MPX) nas reservas em campos na Bacia do Parnaíba

 

Rio. A Petrobras planeja utilizar a extensa malha de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) para viabilizar a monetização do gás a ser produzido nos campos em terra (onshore), objetos da 12ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Nossa tendência hoje é tentar monetizar pelo SIN, produzindo energia elétrica ali”, afirmou o gerente executivo corporativo da área de Gás & Energia da Petrobras, Hugo Repsold Junior. Caso seja bem sucedida na licitação e leve em frente essa estratégia, a Petrobras adicionará novas termelétricas ao seu parque gerador.

 

O modelo idealizado pela Petrobras reproduz a estratégia criada pela Eneva (ex-MPX) para monetizar as reservas em campos na Bacia do Parnaíba. Ou seja, construir termelétricas na boca do poço, eliminando a necessidade de investir na construção de gasodutos para transportar o gás. “Precisamos monetizar o gás aonde ele está sendo produzido”, resumiu Repsold Junior. Essa estratégia foi desenhada pela companhia a partir das conclusões do Programa Onshore de Gás Natural (Pron-gás), lançado pela estatal no início deste ano.

 

No Pron-gás, a Petrobras estudou as bacias terrestres do Acre, Solimões, Amazonas, Parnaíba, Potiguar (localizada parte no território do Ceará e parte no Rio Grande do Norte), Parecis, Tucano Centro, Tucano Sul, Recôncavo, São Francisco, Sergipe-Alagoas e Paraná, sendo que muitas delas terão blocos na 12ª Rodada da ANP.

 

“Concluímos a primeira fase do estudo. Avaliamos as bacias, o potencial e as melhores posições. Esse era um estudo importante para nos prepararmos para as rodadas futuras”, argumentou o Repsold Junior.

 

O executivo lembrou que muitas dessas bacias estão longe da malha de transporte de gás do País, que está basicamente localizada na costa brasileira. Por isso que as térmicas foram consideradas a melhor alternativa para monetizar o insumo, uma vez que a rede de transmissão atravessa praticamente todo o País

 

Desenvolvimento

 

Inclusive, Repsold Junior acredita que, uma vez construídas, essas térmicas poderão servir como uma espécie de âncora, estimulando o desenvolvimento da infraestrutura de gás nessas regiões. “O único fator que pode alavancar o desenvolvimento é ter bastante oferta de gás. Se tiver bastante, uma termelétrica não consome muito gás. Então, é uma boa âncora. É como uma loja em um shopping center. Para o shopping nascer é necessário uma loja grande, e depois vem todas as outras”, explicou.

 

Enquanto não for possível desenvolver a infraestrutura de gás para comercializar o insumo para outros mercados, o executivo sugeriu a construção de mais térmicas no mesmo local. “Não é nenhum problema. Uma térmica consome 1 milhão ou 2 milhões de m?/d”, disse.

 

Gasodutos

 

Se não houvesse o sistema de transmissão, Repsold Junior explicou que as empresas teriam que esperar o lançamento do plano de expansão dos gasodutos pelo governo e a licitação desses dutos para determinar se valeria a pena investir nessas áreas.

 

“Isso tudo toma muito tempo e, provavelmente, a indústria iria recuar e esperar. Hoje, não precisamos esperar, porque temos o SIN. O sistema interligado é uma grande vantagem”, disse. O gás dessas bacias poderia ser também monetizado de outras maneiras, como liquefazê-lo por meio de pequenas plantas de gás natural liqueifeito (GNL) ou transformá-lo em combustível por meio da técnica chamada Gas-to-Liquid (GTL).

 

“Mas se liquefazermos o gás, ainda teríamos o problema do transporte do insumo. Teríamos que levar por meio de carretas e caminhões. A linha de transmissão, por sua vez, já está instalada”, disse. Sem entrar em detalhes, Repsold afirmou que “gás não convencional não é sinônimo de gás barato”, acrescentando que o baixo preço do gás não convencional nos EUA reflete uma realidade americana.

 

 

Estatal busca reduzir dependência de GNL

 

O gerente executivo corporativo da área de Gás & Energia da Petrobras, Hugo Repsold Junior, defendeu a necessidade de o Brasil reduzir a sua dependência da importação de gás natural liquefeito (GNL) para atender à demanda por gás no mercado interno. “Reduzir a importância de dependência externa de GNL é tão importante quanto foi reduzir a dependência do petróleo”, disse ele durante o Congresso Brasileiro de Energia, organizado pela Coppe/UFRJ.

 

O executivo explicou que a elevada dependência do GNL é um problema para o Brasil porque o preço de importação do insumo, em alguns momentos, supera o preço do próprio barril de petróleo. Atualmente, a empresa tem recorrido à importação de GNL para atender à demanda do setor elétrico. Com o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, as termelétricas a gás foram acionadas para garantir energia. Isso disparou o consumo de gás, que precisou da oferta de GNL.

 

As térmicas representam mais de um terço de todo o consumo de gás no País, volume este, no entanto, que poderá desaparecer se os reservatórios ficarem novamente cheios. Essa alta sazonalidade do despacho termelétrico gera problemas à Petrobras, na medida em que dificulta a programação da importação das cargas de GNL e encarece o preço do insumo.

 

(Fonte: Diario do Nordeste)

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