O secretário José Richa Filho destacou ainda a necessidade de uma nova linha férrea ligando o Oeste paranaense ao Litoral. Com o investimento ferroviário vamos melhorar a competitividade estadual e facilitar a integração modal, disse ele. O Porto de Paranaguáo, acrescentou, recebe em média 5.400 caminhões/dia, e com uma ferrovia cortando o Estado o produtor terá mais uma opção de transporte.
Richa Filho apresentou as vantagens da construção da nova linha, que sairia de Maracaju (MS), entrando no Paraná por Guaíra, passando por Cascavel e Guarapuava até chegar ao Porto de Paranaguá. Em relação à proposta do governo federal há uma diferença de 130 quilômetros para menos. Isso representa frete menor e redução da sobrecarga de caminhões na BR-277. Além disso, esta opção gera muito menos impacto ambiental.
FERROESTE A proposta de traçado da Norte-Sul apresentada pelo Governo Federal, afirmou Richa Filho, preocupa por não facilitar o acesso aos terminais portuários paranaenses, aumentando o transit time. O traçado deve levar em consideração a malha ferroviária estadual e fazer a conexão com a Ferroeste.
Em seu pronunciamento, o secretário disse ainda que a posição do Estado tem o apoio da sociedade civil organizada, a participação das federações estaduais de Indústria e Agricultura, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), entre outras instituições.
Richa Filho lembrou ainda que o melhor traçado para atender o Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Mato Grosso do Sul está sendo discutido há mais de um ano no âmbito do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul). Por isso, a alternativa apresentada no PAC das Concessões gerou surpresa na região.
Falando por Santa Catarina, o secretário de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, disse que os três estados do Sul devem se unir em torno de um traçado que favoreça a indústria e a ligação dos centros produtivos com seus terminais marítimos. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, disse ele, devem participar da discussão do traçado.
O secretário extraordinário da representação do governo do Rio Grande do Sul, em Brasília, Ideraldo Caron, afirmou que a Norte-Sul deve entrar no Programa de Concessões do Governo Federal para que se ganhe tempo, acrescentando que a nova ferrovia deve passar pelas regiões Norte e Centro do seu estado, entrando em território gaúcho pelo Oeste de Santa Catarina.
EVTEA – De acordo com o diretor de planejamento da Valec, Josias Sampaio Cavalcante Junior, a empresa já está contratando os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para os projetos na região, cuja licitação foi dividida em dois lotes. O primeiro contempla Panorama (SP)-Chapecó (SC) e o segundo de Chapecó (SC)-Porto de Rio Grande (RS). O outro EVTEA contempla o traçado Maracaju (MS)-Cascavel (PR).
A Valec também anunciou o lançamento, até o final do ano, dos editais para a contratação do EVTEA para os traçados entre Cascavel e Paranaguá e de Chapecó a Itajaí. O diretor disse que o traçado original não está fechado, mas dependerá de variáveis como a captação de carga, interesse regional, topografia e malha existente, as quais serão apontadas pelo estudo.
LEGISLATIVO O deputado federal paranaense Rubens Bueno, que participou da audiência pública, disse que o projeto da Norte-Sul apresentado pelo Governo Federal é uma espinha dorsal com bico de papagaio. Segundo ele, a crítica se justifica na medida em que o planejamento oficial tira o Paraná do processo logístico e econômico do País. Bueno disse ainda que a Valec deve tratar o assunto como de interesse nacional para diminuir o Custo Brasil.
O deputado federal Eduardo Sciarra questionou o traçado inicialmente apresentado e defendeu a discussão mais ampla do assunto para que as regiões produtivas não sejam prejudicadas pela construção de linhas férreas distantes dos pontos estratégicos de embarque de mercadorias.
O deputado federal Reinhold Stephanes disse que a construção das novas ferrovias no Paraná deve se integrar ao PAC das Concessões, com a visão de atender todos os segmentos da economia regional, estadual e nacional.
(Fonte: Governo do Estado do Paraná)