Governo é contra licitação de 25 anos para capital da Bahia, enquanto prefeitura e MP apoiam edital
Depois de o governador Jaques Wagner encaminhar, esta semana, um ofício ao prefeito ACM Neto, pedindo que a licitação do transporte público de Salvador seja suspensa, a prefeitura e o Ministério Público se manifestaram contra o pedido. Na segunda-feira, a prefeitura já começa a receber os envelopes com as propostas das empresas que querem concorrer às concessões.
Para o prefeito ACM Neto, a solicitação do governador é uma “afronta à soberania” do município. “Não vamos parar o processo porque não reconhecemos a força da lei que criou a Entidade Metropolitana e, principalmente, porque a cidade não suporta mais o modelo atual”, afirmou Neto, referindo-se à Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador (RMS), criada no mês passado para fiscalizar serviços públicos, depois de a prefeitura informar que passaria a fiscalizar os serviços da Embasa.
“O governador quer que o cidadão continue sofrendo para andar de ônibus e nós queremos resolver o problema, oferecendo conforto e transporte de qualidade”, acrescentou o prefeito. Ainda de acordo com ele, durante a transferência da administração do metrô para o estado, também foi acertado que a licitação dos ônibus seria um passo natural para a integração do sistema.
Já a promotora do Ministério Público do Estado (MP-BA) Rita Tourinho, que acompanha o processo, afirmou que não vê necessidade de suspensão do edital. “Acho a preocupação do governador importante com essa questão da integração e da bilhetagem única metropolitana, mas isso pode ser feito mesmo que haja licitação”.
Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento, Manuel Ribeiro, o edital trará prejuízos a toda RMS, além de não prever integração com os coletivos metropolitanos, transporte ferroviário, marítimo e metroviário.
“A licitação vai durar 25 anos e talvez seja a última oportunidade para fazer alguma coisa pela Região Metropolitana (de Salvador). O estado ficou falando sozinho e faltou uma visão metropolitana mais forte. Temos uma entidade, mas nenhum prefeito foi ouvido”, disse o secretário. A assessoria da prefeitura informou que deve encaminhar uma resposta ao estado nos próximos dias.
(Fonte: Correio 24 Horas)