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Ondas perfeitas: Maricá abre licitação para construir recife artificial

Projeto também é apontado como uma solução para ressacas

Sonho antigo de muitos surfistas niteroienses, apontado como solução para evitar a destruição do calçadão de Piratininga durante ressacas, a criação de um recife artificial para gerar ondas perfeitas para o surfe pode se tornar realidade no litoral de Maricá. Na semana passada a prefeitura do município vizinho abriu licitação para execução e instalação de um projeto desenvolvido para a Praia de Barra de Maricá.

A construção do fundo artificial tem dois objetivos principais. Segundo a prefeitura de Maricá, o principal é desenvolver o turismo atraído pela onda e fomentar o surfe. A estrutura é projetada para gerar ondulações perfeitas, quebrando para os dois lados, com 50 metros de extensão em cada sentido. Se funcionar, Maricá espera trazer competições da modalidade para o município.

— A onda tem uma primeira sessão de 15 metros de comprimento que é mais rápida e tubular, perfeita para surfistas experientes. Nos outros 35 metros ela fica um pouco mais lenta — explica o engenheiro costeiro Luiz Guilherme Aguiar, à frente dos estudos da empresa Geraondas, que desenvolveu o projeto adquirido pelo município.

O segundo objetivo é a possível criação de uma zona de mar mais calmo. Isso seria possível porque as ondas passam a quebrar sobre a estrutura — instalada a 60 metros da praia — e com isso chegariam à beira com menos energia. Ele lembra que a região tem a característica de as ondas quebrarem perto da areia, o que dificulta o banho.

— Maricá tem um litoral muito bonito, mas que não é bem aproveitado porque as ondas quebram muito forte na beira. É uma característica parecida com a de Piratininga. Nossos estudos indicam que a força das ondas diminuirá 50% em frente ao arrecife — explica Luiz Guilherme.

A bancada é composta por uma placa metálica côncava, com formato semelhante à de um casco de tartaruga. São 86 metros de comprimento, 64 metros de largura e 2,5 metros de altura na parte mais alta. A parte interna desse casco é cortada de ponta a ponta por quatro tanques que podem ser preenchidos com água ou ar. Quando cheios de ar, a estrutura boia e pode ser transportada na superfície. Quando chega ao local de instalação, ela é preenchida com água — o peso alcança 1.500 toneladas — e afunda até se fixar ao solo. De acordo com Luiz Guilherme, o ar pode ser injetado no tanque a qualquer momento para mover a peça.

O oceanógrafo Diego Bittencourt analisou o projeto para avaliar a viabilidade em Piratininga. Segundo ele, uma estrutura como essa poderia funcionar para formar ondas para o surfe, mas não serviria para proteger o calçadão A solução, segundo ele, teria de ser mais complexa.

— Uma estrutura com 65 metros de largura não é capaz de proteger uma orla com dois quilômetros de extensão. Para impedir a entrada da ondulação é necessária uma grande barreira. Ou talvez várias bancadas dessas, mas é preciso estudar a dinâmica da praia — opina.

O vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, afirma que o município vai construir recifes artificiais em Piratininga, mas ainda está na concepção do projeto. Segundo ele, a ideia é utilizar as pedras retiradas do túnel Charitas-Cafubá para criar uma barreira.

— Nós temos a oportunidade de aproveitar as pedras e o faremos. Nosso objetivo é criar condições para que a licitação ocorra em setembro.

(Fonte: O Globo)

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