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Novo líder do governo na Câmara diz que bebida em estádio ‘não faz bem’

Substituição tumultuada de líder colocou votação do projeto da Lei Geral em risco no plenário; tema pode ficar para semana que vem

A votação da Lei Geral da Copa na Câmara dos Deputados pode não acontecer nesta quarta-feira, como estava previsto. Já adiada uma vez pela falta de acordo em relação ao tema das bebidas alcoólicas, a análise do texto no plenário da Câmara ficou ameaçada pela transição tumultuada na liderança do governo na casa. E o novo líder, Arlindo Chinaglia (PT-SP), mostrou-se contrário à liberação da venda de cerveja nos estádios, trecho que foi aprovado pela comissão especial e é uma das preocupações da Fifa por causa de patrocinadores.

Logo pela manhã desta terça, o deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), até então líder do governo, foi informado pela presidente Dilma Rousseff que deixaria o posto. Não demorou para a falta do nome do substituto colocar os deputados em polvorosa. Isso porque dois temas polêmicos deveriam ser votados durante a semana: o Código Florestal, nesta terça, e a Lei Geral da Copa, quarta. Sem um interlocutor claro na relação com o governo federal, a avaliação de alguns parlamentares era de que a votação dos dois projetos esta semana se tornou inviável. E perigosa.

O anúncio de Chinaglia como novo líder diminuiu um pouco a tensão, mas não garantiu a votação. O deputado disse que vai se reunir com os líderes dos demais partidos na quarta para tentar viabilizar a votação ainda nesta semana. Ele se admitiu “surpreendido” com a escolha, e pediu tempo para se atualizar sobre o projeto – durante entrevista, ele chegou a afirmar que parte do texto já havia sido aprovada no plenário, o que não aconteceu ainda.

Chinaglia é conhecido como um parlamentar influente e bom articulador, mas também chama a atenção pela bandeira contrária às bebidas alcoólicas. Como presidente da casa, batalhou pela aprovação da Lei Seca. Também foi ele o autor da lei que alterou o Estatuto do Torcedor para proibir o consumo nos estádios de bebidas que possam “gerar ou possibilitar a prática de atos de violência” – o que está sendo suspenso pela Lei Geral para permitir a venda de bebidas alcoólicas na Copa.

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