O filho em questão seria José Bernardo Ortiz Monteiro Junior. De acordo com o MP, ele usaria o dinheiro para sua campanha eleitoral para prefeitura de Taubaté. De acordo com Marques, a denúncia foi feita por Djalma da Silva Santos, responsável por intermediar a negociação de Ortiz Jr. com empresas fornecedoras.
— Ouvimos a pessoa que fez a intermediação dessa negociação. O filho do presidente da FDE procurou por Djalma da Silva Santos [então diretor comercial da Diana Paolucci, empresa fornecedora de matérias escolares e uniformes] e pediu para que ele buscasse empresas e propusesse uma facilitação para ganhar licitação. Segundo ele [Santos], Ortiz Jr. precisaria de R$ 7 milhões a R$ 8 milhões para sua campanha em Taubaté.
Três empresas
O “esquema” teria sido fechado com três empresas da área. Capricórnio S/A, Mercosul e Diana Paolucci. De acordo com o promotor, a Capricórnio venceria “oficialmente” a licitação e Ortiz Jr. receberia 5% do valor do contrato para “inserir cláusulas no edital que restringiriam a participação de outras empresas”. Na prática, porém, as três dividiriam o fornecimento do produto e o lucro.
A licitação das mochilas foi divida em três lotes. Pelo acordo realizado, a Capricórnio ganharia apenas os dois maiores lotes. Nesses casos, o valor da mochila sugerido pela empresa foi de R$ 9,30 a unidade. O lote 1 foi fechado em R$ 16.771.620 e o lote 2 em R$ 18.148.578. Já no terceiro lote, menor e fora do “esquema”, o preço das mochilas foi de R$ 6,50 e o valor final ficou em R$ 3.400.000.
Nesta quinta-feira (27), o governador Geraldo Alckmin foi ouvido por jornalistas e declarou que não houve nenhuma alteração dos editais.
— É o mesmo edital dos anos anteriores, não teve nenhuma mudança.