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Logística de mercado mais avançada torna gás americano mais barato, diz especialista

 

 

Em relação aos elevados tributos cobrados no Brasil, Jean-Paul Prates indicou que uma eventual modificação do cenário depende de uma política setorial de governo que passe a considerar o gás como um insumo valioso para o país. Ele entende que faz parte da política brasileira racionalizar a demanda de gás natural, porque ele não é abundante. “O Brasil anda na corda bamba no consumo de gás, que é muito maior que a disponibilidade que ele tem hoje”, avaliou. Segundo ele, ainda há um espaço de três a cinco anos para a entrada no mercado do gás extraído do pré-sal.

 

O Brasil, de acordo com Prates, ainda não produz gás de xisto. Há intenção do governo, porém, de entrar nessa área para diversificar e ampliar a matriz energética brasileira. Embora vislumbre que haverá muita discussão sobre o assunto internamente, do ponto de vista ambiental, o economista defende que o país “precisa viver essa experiência”. A primeira licitação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em áreas de xisto está prevista para outubro deste ano.

 

O diretor-geral do Cerne ressaltou que a indústria do xisto norte-americana está vivendo um momento de revitalização. O xisto significa para os Estados Unidos uma saída para a importação de gás do México ou do Canadá. A política atual é voltada para dentro do território, buscando o desenvolvimento de soluções caseiras. A produção de xisto, entretanto, traz consequências. Devido ao fracionamento do subsolo, “provoca em alguns lugares contaminação do lençol freático, alterações do subsolo que até hoje são pouco estudadas”.

 

A produção de gás de xisto é recomendada no Brasil em algumas áreas. Prates acredita, contudo, que isso não ocorrerá de forma tão rápida como foi nos Estados Unidos, onde “já existe uma cultura de convivência com esse antagonismo entre comunidades, fazendeiros e a indústria do petróleo”. Indicou que em locais como Minas Gerais, na região do São Francisco; no interior de São Paulo; ou na Bacia do Paraná, onde há potencial de xisto, o primeiro momento será de euforia ante a possibilidade de prosperidade. Em seguida, haverá a contra reação, com o movimento de ambientalistas, estimou.

 

Segundo Prates, a Petrobras já tem alguma experiência na área de xisto no Paraná. Mas avalia que isso não representa uma salvação para o mercado de gás brasileiro de curto prazo. O processo de xisto deverá levar entre cinco e dez anos no Brasil para mostrar uma produção significativa. “O que eu acho que vai salvar [o mercado] e já está indicado nos planos de investimento da Petrobras e no próprio perfil de produção do país como um todo, é o gás do pré-sal. Este entra primeiro [que o xisto] e com volumes mais altos”. A perspectiva, de acordo com ele, é que nos próximos dois a três anos o gás do pré-sal entre no mercado com mais força e amenize o problema de demanda reprimida do gás no Brasil.

 

Por: Alana Gandra
(Fonte: Agência Brasil)
Edição: Aécio Amado

 

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