Os porto-alegrenses conheceram ontem o anteprojeto de requalificação da Usina do Gasômetro. O contrato com a 3C Arquitetura e Urbanismo, responsável pelo projeto executivo, foi firmado com a prefeitura em dezembro. A previsão, na época, era de que as obras começassem neste segundo semestre, mas essa possibilidade foi descartada pela Secretaria Municipal da Cultura (SMC). Agora, a pasta pretende lançar a licitação em novembro para que os trabalhos possam começar em 2017.
O arquiteto e coordenador da Memória Cultural da SMC, Luiz Antônio Custódio, explica que as mudanças externas serão pouco visíveis, uma vez que os problemas da Usina são de conservação. “As principais alterações serão feitas na parte interna, incluindo a infraestrutura”, pondera. Entre as intervenções, estão a inclusão de um espaço para a Banda Municipal e para a exposição da coleção de obras rio-grandenses da Associação dos Profissionais Liberais Universitários do Brasil (Aplub), a Pinacoteca Aplub, a conclusão do Teatro Elis Regina e a valorização do terraço. O cinema será deslocado para o térreo, e novos elevadores serão instalados. Na parte externa, destaca-se a restauração das portas originais – o acesso se dará somente pelas portas que dão para o Cais do Porto e para o parque Marinha do Brasil. As outras duas serão utilizadas como saídas de emergência. A pintura também será trocada, e a população poderá opinar a respeito das novas cores.
Para a revitalização, a Corporação Andina de Fomento (CAF) disponibilizará US$ 3 milhões. Depois que o projeto arquitetônico for aprovado, será elaborado o projeto executivo, que prevê as alterações na rede hidráulica, elétrica e de ar-condicionado. Por fim, a licitação deverá ser lançada em novembro e as obras, em 2017.
Além da restauração, a revitalização inclui a elaboração de um projeto de modelo de gestão, priorizando a sustentabilidade. “A ideia é que a Usina seja capaz de arrecadar recursos para que possa sustentar seu custeio, manutenção e atividades”, explica Custódio.
O diretor da Usina, Renato Wieniewski, conta que uma parcela de US$ 100 mil da CAF será destinada a esse projeto, que consiste na seleção pública de uma organização social para administração do local em parceria com a prefeitura. “A prefeitura fará um repasse anual, mas a maior parte será bancada pela organização. Como ela não possuirá fins lucrativos, o valor arrecadado será destinado integralmente à Usina”, ressalta.
Uma vez que a prefeitura nem sempre pode priorizar investimentos em cultura, a novidade foi bem recebida pelo diretor. Wieniewski não soube precisar o custo mensal da Usina, mas estima que, com luz e funcionários, sejam gastos pelo menos R$ 35 mil. A segurança é responsabilidade da Guarda Municipal.
(Fonte: Jornal do Comércio)