Segundo França, isso ocorre porque o meio de transporte, que deveria ter entrado em operação em 2014, só começará a funcionar no fim desta década. “O preço inicial considerava uma demanda para 42 trens, mas o sistema já começará a operar comercialmente com uma demanda próxima dos 84 trens de capacidade máxima. Por isso essa diferença no custo total.”
Trens regionais. Dez anos após a elaboração de um extenso estudo sobre a demanda por trens de passageiros no País, o governo vai refazer toda essa análise a partir do próximo ano, sem que pelo menos um dos 64 trechos avaliados inicialmente tenha saído do papel. O Ministério dos Transportes pretende licitar nos próximos meses um novo estudo abrangente sobre a viabilidade de se utilizar a malha ferroviária já existente para transportar pessoas.
O diretor de Planejamento do ministério, Francisco Luiz Baptista da Costa, disse ontem que o uso de trens regionais de passageiros é uma alternativa viável, mas exige estudos detalhados e a atualização da pesquisa realizada em 2002. “O transporte ferroviário é diferente do rodoviário, onde basta o empresário colocar um ônibus para rodar. No caso dos trens, existem diversas particularidades técnicas que precisam ser equacionadas.”
Segundo o diretor, dos 64 trechos avaliados dez anos atrás, cerca de uma dúzia foram considerados prioritários pelo governo, mas apenas seis deles chegaram na fase final de estudo de viabilidade. Dois ficam no Rio Grande do Sul, um no Paraná, um na Bahia, e outros dois no Maranhão, incluindo uma ligação com o Piauí.
Mas para que os trens de passageiros finalmente saiam do papel, a ANTT ainda precisa regulamentar o meio de transporte. “Não existe ainda um marco regulatório específico para esse tipo de operação”, disse Costa.
Por: EDUARDO RODRIGUES
(Fonte: O Estado de S.Paulo)