O leilão do 5G continua a avançar lentamente, a “conta gotas”, enquanto os operadores ainda esperam a conclusão do processo de consulta para a alteração de regulamentos com que a Anacom avançou e que pretende conseguir maior celeridade com 12 rondas diárias.
Hoje as licitações voltaram a centrar-se nos lotes da gama J, para a faixa dos 3,6 GHz, que tem garantido a dinâmica nos últimos meses, mas com saltos pequenos nos valores avançados pelos operadores. São mais 371 mil euro no valor hoje acrescentado, e na fase principal as licitações já valem 326,4 milhões.
Na soma das duas fases o encaixe potencial é já de 410,8 milhões de euros, mais 130,5 milhões do que o inicialmente estimado pela Anacom, mas é preciso lembrar que o processo já decorre há mais de 6 meses, desde o início do leilão em dezembro de 2020, e que por isso a progressão tem sido muito lenta.
O “apetite” dos operadores que participam no leilão concentrou-se hoje nos lote J12, J17, J18 e J19, que aumentaram de preço entre 1 e 2% face à última sexta feira, mas que já valorizaram mais de 330% face ao valor inicial.
O “braço de ferro” entre Anacom e operadores mantém-se e depois da Altice Portugal, a NOS e a Vodafone reagirem negativamente à recente alteração do regulamento, que prevê a possibilidade de se realizarem 12 rondas diárias de licitações, João Cadete de Matos, presidente da entidade reguladora, garantiu que no dia em que o leilão do 5G terminar “vai ser público tudo aquilo que aconteceu ao longo” do processo e quem utilizou as regras para o prolongar.
Já André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, deu a conhecer recentemente que espera que seja “uma questão de semanas” até que o processo do leilão 5G esteja encerrado. Numa recente entrevista à Lusa, o secretário de Estado admitiu que “naturalmente (…) há uma correlação direta entre a disponibilização do 5G e o acelerar” da agenda digital portuguesa, porém, a mesma “não se cinge ao tema do 5G”.
(Fonte: Sapo Tek)