Tribunal afirmou que o magistrado é substituto, o que permite o seu remanejamento se isso for necessário
O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que estava à frente das investigações da Operação Monte Carlo, contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, foi afastado do caso. A troca de comando, às vésperas do recesso do Judiciário em julho e no curso da investigação, pode atrasar o andamento do processo e retardar o julgamento do caso.
Lima foi o magistrado que determinou a prisão de Cachoeira, no fim de fevereiro, e autorizou a Polícia Federal a grampear os telefones de pessoas suspeitas de integrar o esquema de exploração ilegal de jogos montado pelo contraventor.
As escutas realizadas durante a investigação foram colocadas em dúvida pelos advogados de Cachoeira, mas foram consideradas legais ontem pela 3.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, por dois votos a um.
O magistrado estava na 11.ª Vara Federal em Goiás e foi remanejado para a 12.ª Vara. De acordo com a assessoria do tribunal, Lima é juiz-substituto, o que permite seu remanejamento caso seja necessário preencher outros postos. Ainda conforme a assessoria, como magistrados sairão de férias, foi necessário remanejá-lo. O juiz que assumir o caso terá de se inteirar de todo o processo – que já conta com 53 volumes – antes de dar seguimento ou tomar qualquer decisão.
Atraso. Na tentativa de acelerar o julgamento do caso, Lima havia marcado para o dia 1.º deste mês as audiências de instrução do processo, que envolve 81 pessoas. Seria a primeira vez que Carlinhos Cachoeira falaria sobre o caso, conforme seu advogado Márcio Thomaz Bastos. Cachoeira ficou em silêncio durante o depoimento à CPI do Congresso. Bastos afirmou que à Justiça Federal seu cliente falaria.