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Grampo indica elo entre Perillo, Cachoeira e Delta

Foi o cunhado do governador e secretário de Articulação Política de Goiás, Sérgio Cardoso, o responsável por avisar a Wladimir sobre a “entrega” de dois lotes de um contrato no valor total de R$ 11 milhões para a construtora. Em nenhum momento, o contraventor, o ex-vereador e Abreu falam sobre a necessidade de passar pelo processo de licitação.

Cachoeira se mostra irritado ao saber que o pagamento pelo serviço em um lote será de R$ 1,4 milhão. “Um milhão e quatrocentos de quê? De reais?”, questiona. O ex-vereador tenta acalmá-lo: “É, são dois lotes. Dá R$ 2,8 milhões de R$ 11 milhões. O valor total é de R$ 11 milhões”, avisa. Em respostas, Cachoeira indaga sobre a quantia total: “É para as prefeituras todas?”. Wladimir diz ser muito dinheiro para pouco trabalho. “É só recapeamento e sinalização, Carlinhos”, avisa.

O ex-vereador inicia a conversa dizendo que foi Sérgio Cardoso, o cunhado de Marconi Perillo, quem falou da decisão de liberar dois lotes para a Delta.

Em diálogo gravado 23 dias depois, Abreu também está irritado com a parte do contrato cabível à Delta. Diz que a conversa acertada era outra. “Eu tô p… com você e, Carlinhos, vocês vão fazer eu nem dormir”.

Abreu quer saber de quem são “os três lotes de Inhumas, na duplicação para Goiás Velho”. Ao ouvir o nome do empreiteiro Beto Rassi, amigo de Perillo, entre os contemplados, reage: “A conversa não é essa não. A conversa é que o segundo lote é da Delta, o terceiro lote não tem nada. Você não conversa fiado”.

Defesa. O governador de Goiás está entre suspeitos de favorecimento pela quadrilha de Cachoeira desde que começaram a vazar interceptações telefônicas feitas com autorização judicial. Seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, diz que, por considerar essas gravações “ilegais e inconstitucionais”, não mais as comentará.

“Mesmo que feitas de forma legal, (as gravações) comportam um grau de subjetividade de investigação que não coaduna com o Estado democrático de direito e com a ciência do Direito, que não pode ser especulativa”, argumenta.

Kakay pediu ao Ministério Público, na quinta-feira passada, que abra um inquérito contra seu cliente. Sua previsão é que a iniciativa comprovará que seu cliente está sendo prejudicado por “diálogos distorcidos”.

 

Por: ROSA COSTA / BRASÍLIA
(Fonte: O Estado de S.Paulo)

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