Poucos conhecem, mas o grupo Engevix atua em energia, está na construção de plataformas de petróleo, vai operar aeroportos.
Enquanto o Brasil vivia as transformações (e incertezas) de uma nova moeda e a turbulência do maior processo de privatização realizado no País, os engenheiros Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho e Gerson Almada enfrentavam a principal transação de suas carreiras até então. Em 1997, os executivos da Engevix propuseram ao patrão, o empresário João Rossi, a compra da empresa por algo em torno de US$ 30 milhões, em moeda atual.
O chefe, que andava desanimado com o negócio, não titubeou. Vendeu a empresa – composta apenas pelo acervo técnico e quadro de funcionários – e ainda aceitou dividir o pagamento em 100 parcelas mensais. Assim, nasceu a Jackson, a holding batizada com partes dos nomes dos seus fundadores e que reúne os negócios da Engevix.
Essa foi a primeira grande oportunidade que o trio encarou com empreendedorismo. De lá para cá, eles transformaram uma prestadora de serviços de engenharia em uma holding que faturou R$ 2,2 bilhões em 2011 e deve fechar 2012 com receita de R$ 3,5 bilhões. “Não somos ambiciosos. Somos oportunistas”, diz Kok, presidente do grupo.
Nos últimos anos, seu portfólio recebeu projetos de peso, como participação na hidrelétrica de Belo Monte, administração de rodovias e, agora, concessão de aeroportos. Com a argentina Corporación America, o grupo arrematou no início do mês os aeroportos São Gonçalo do Amarante (RN) e Brasília (DF), em lances que intrigaram os concorrentes. Na última disputa, o consórcio pagou ágio de 673%.