Têm ocorrido problemas de custos e prazos em projetos da empresa.
Em alguns projetos pode ter havido um escorregamento deste tipo. Nos projetos do plano de negócios, não. Temos um desafio enorme para botar o pré-sal em operação. Tem de aumentar capacidade de refino cumprindo prazo e custo. Temos sinalizado para os nossos fornecedores essa demanda. Apresentamos estimativa de custo e o prazo. Quem responder à licitação vai ter de se adequar a isso. Se a capacidade não é suficiente, tem que tomar a decisão de expandi-la.
Mas a indústria não estava acompanhando…
Estava. Os fornecedores que não investirem em capacidade de produção e inovação, só lamento, mas vão ficar fora do jogo. Temos indicação de que o mercado tem entendido muito bem esse recado. Se eu fosse fabricante e tivesse gargalo com meus fornecedores, trataria resolvê-los.
Quando se fala em flexibilização, do que estamos falando?
Na Petrobrás essa palavra não existe. Não há flexibilização. O conteúdo local não é um cálculo cabalístico. Quando dizemos que um projeto tem 76% de conteúdo local, está mostrada a memória de cálculo. Tem de apresentar certificado. Não há flexibilização. Há especulações no mercado de que a Petrobrás vai abrir mão do porcentual de conteúdo local para aumentar o volume de contas do País. Isso não existe, é lenda. Não estamos cobrando nem mais nem menos, mas o que é possível.
Quais são os gargalos?
Produtividade dos trabalhadores. Válvulas, fundidos e forjados, esse é um gargalo. Aços especiais, temos problemas de escala. Quando uma indústria começa a fabricar no Brasil hélices, elementos de propulsão, desenvolve toda uma cadeia especializada em volta que atenderá também áreas de refino, E&P e Gás e Energia. É o efeito de arraste. / S.V.
(Fonte: O Estado de S.Paulo)