Com isso, será adiado para novembro a 12.ª rodada de licitações, com áreas com potencial para produção de gás, antes prevista para outubro.
O primeiro leilão do petróleo do pré-sal sob regime de partilha anunciado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ofertará a maior reserva já leiloada em um único pregão em todo o mundo. Ela pode ser quatro ou cinco vezes maior do que o maior campo atualmente em produção no País. Os novos dados geológicos sugerem que essa área – Libra, no pré-sal da Bacia de Santos – pode ter reservas de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, que equivalem a dois terços de todas as reservas provadas do País.
Duas decisões indicam que o governo não resistiu a usar esses dados com objetivos político-eleitorais. A primeira foi o anúncio, pela ANP, de que, inicialmente marcado para novembro, o leilão da área gigante de Libra será antecipado para outubro. Com isso, será adiado para novembro a 12.ª rodada de licitações, com áreas com potencial para produção de gás, antes prevista para outubro. O governo quer explorar publicitariamente o leilão do pré-sal o mais depressa possível.
Até a realização, há pouco, da 11.ª rodada de licitação, a ANP tinha ficado cinco anos sem realizar nenhum leilão, o que resultou no declínio da produção interna de petróleo, pelo natural esgotamento dos campos em exploração e por problemas que a Petrobrás enfrentou, assim como o afastamento do País de empresas que estavam interessadas em investir no setor, mas não encontravam oportunidades.
Após um período de letargia que coincidiu com o aprofundamento da crise financeira e operacional da Petrobrás, a agência reguladora mostra uma grande disposição de dinamizar o setor. Entusiasmada com os novos dados de Libra, chega a empregar linguagem semelhante à utilizada pelo então presidente Lula há seis anos, quando anunciou a descoberta do petróleo do pré-sal. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que ela e o governo ficaram “deslumbrados” com o potencial de Libra. “É muito grande, muito maior do que tínhamos na mão até agora.”