Tal exemplo, multiplicado por muitos outros, revela distorções que o chamado Custo Brasil provoca nos preços finais dos bens aqui produzidos. Nas licitações públicas, já se admite uma diferença de 15% em favor da indústria nacional. Seria uma forma de compensar os produtores brasileiros por esses fatores estruturais negativos. É uma margem elevada, e se mesmo assim não tem sido útil para a indústria, o problema tem outra dimensão.
O governo federal espera anunciar em março um novo pacote de estímulo às exportações de manufaturados. Iniciativas que facilitem as exportações sempre serão bem-vindas. Porém, até já passou da hora de não se pensar em paliativos, mas em algo mais amplo, que envolva de fato uma agenda de competitividade.
Agir de forma tópica, de pacote a pacote setorial, não resolve o problema como um tudo e ainda há o risco de se criarem distorções na economia. Além do que esta filosofia de atuação espasmódica e compartimentada tende a favorecer apenas setores com lobby eficiente nos gabinetes de Brasília.
Outro erro é imaginar que falta de competitividade de empresas nacionais se resolve com a construção de muralhas protecionistas e reservas de mercado. A falsa solução já foi tentada no Brasil e apenas produziu mais ineficiência e penalização do consumidor.
(Fonte: G1)