Projetos de cogeração de energia que totalizam uma capacidade de 3 GW em SP estão impedidos de sair do papel devido à falta de gás no mercado
RIO – Projetos de cogeração de energia que totalizam uma capacidade de 3 gigawatts (GW) no Estado de São Paulo estão impedidos de sair do papel devido à falta de gás no mercado, afirmou na terça-feira no Rio o presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel.
De acordo com o executivo, o gás disponível hoje é insuficiente e o alto preço do insumo inviabiliza a execução dos projetos. “Você não vai fazer um investimento se não tem uma garantia de preços, de como vai ficar esse preço no horizonte mais longo, e se vai ter disponibilidade do gás”, disse, depois de participar do 2º Seminário de Matriz Energética, na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ele argumentou que nem a Petrobras, principal fornecedora do insumo, sabe ao certo quanto gás terá disponível no futuro, uma vez que a estatal precisa injetar novamente nos poços parte do produto para viabilizar a produção de óleo e gás.
A escassez do insumo também tem dificultado a entrada de térmicas a gás nos leilões de energia. Por serem produtoras de gás natural, apenas a Petrobras e a MPX tiveram seus projetos de usinas térmicas movidas com o produto contratados na íntegra, no leilão A-3 realizado no ano passado.