Notícias

É preciso desprivatizar o Estado

Esta deformação é característica de um fato atípico no surgimento do Estado brasileiro. Em todo mundo as civilizações primeiro se organizaram em sociedade para depois constituir o Estado. Já o Brasil se deu o inverso. Aqui primeiro surgiu o Estado e depois veio a civilização atraída pelas regalias proporcionadas pelo Estado.

 

O Brasil, desde sua gênese, é um país dominado por castas privilegiadas. É uma cultura que se arraigou desde o período colonial. São grupos que se apossam da coisa pública sem o mínimo pudor e não dão a mínima para o clamor da sociedade. Agora mesmo juízes e desembargadores do Estado do Rio, decidindo em causa própria, vão abocanhar pagamentos atrasados de auxílio-alimentação.

 

Os magistrados fluminenses vão embolsar R$ 60 mil divididos em 12 parcelas, além dos salários. Uma afronta à sociedade. Interessante ressaltar que serventuários da mesma justiça, que ganharam uma ação que delongou 25 anos de disputa judicial discutindo a paridade entre esses servidores, até hoje não foram ressarcidos da quantia em litígio. Ou melhor: apenas uma minoria privilegiada da corte recebeu.

 

###

 

A posse personalista do Estado está patente na forma como se governa e legisla. Detentores de cargos eletivos não se vêem no dever de prestar contas sobre seus atos. Agentes públicos, sejam eleitos ou concursados, se consideram no patamar acima do cidadão comum. Incorporam o espírito da superioridade e enxergam apenas os próprios privilégios.

 

Ao contribuinte cabem as filas dos serviços públicos, a via-crúcis na porta do político no qual delega mandato a cada quatro anos ou a longa espera pela eficiência dos serviços que custeia com uma pesada carga tributária. O Estado brasileiro precisa ser reinventado. Somente uma mobilização popular relevante seria capaz de provocar uma mudança no atual estágio de dominação do patrimônio público.

 

É premente a necessidade de desprivatizar o estado brasileiro. Mas para que isso aconteça é preciso que a cidadania neste país tenha ímpeto de ocupar as ruas e soltar a voz. Seria produtivo se a mesma multidão que vai às ruas com bandeiras nas cores do arco-íris reivindicar o direito de fornicação de homem com homem e mulher com mulher, saísse às ruas também para constranger os grileiros do patrimônio público. Certamente, que teríamos um Estado como propriedade pública e não reduzido ao domínio de castas.

 

Por: Roberto Barbosa
(Fonte: JusBrasil)

Related posts
Notícias

SERVIDORES E COLABORADORES DA SEMACE SÃO CAPACITADOS SOBRE NOVA LEI DE LICITAÇÕES

Para acompanhar as mudanças na Lei de Licitações, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente…
Read more
Notícias

Chapadão do Sul abre licitação para contratação de fretamento de ônibus em secretarias

O credenciamento e o recebimento das propostas ocorrerão no dia 3 de junho de 2024 O município de…
Read more
Notícias

Após suspender licitação para via expressa dentro de parque, governo do Pará diz que vai readequar projeto

Prolongamento da Rua da Marinha tinha sido apresentado em fevereiro de 2024 e cortava o parque…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *