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E-mails sugerem espionagem na gestão Chalita

Outro e-mail traz como assunto o termo “Projeto Moderna”, uma referência à editora que concorria com o COC nas licitações.

Um conjunto de e-mails entregue pelo analista de sistemas Roberto Grobman ao Ministério Público sugere que um ex-diretor da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), subordinada à Secretaria da Educação de São Paulo, usou o cargo para fornecer informações internas do governo para um fornecedor, o grupo COC.

 

A aparente espionagem, para Grobman, é prova da relação entre o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) e o COC na época em que ele foi secretário estadual da Educação (2002-2006).

 

Chalita é investigado em 11 inquéritos da Promotoria por suspeita de corrupção e enriquecimento ilícito. Todos os inquéritos são baseados em depoimentos de Grobman, que diz ter sido assessor informal de Chalita.

 

Os e-mails, cujas cópias foram obtidas pela Folha, são trocados entre Milton Leme, diretor de tecnologia da FDE entre 2005 e 2006, e Chaim Zaher, dono do grupo educacional COC, vendido parcialmente em 2010.

 

“Que absurdo, este é o projeto do COC… Este é o edital que me pediram para ver”, escreve Leme para Zaher em 27 de março de 2006. O assunto é a venda de dicionários eletrônicos para a FDE.

 

“Vamos entrar na briga”, responde Zaher no dia seguinte. “Precisamos ver onde temos o dicionário eletrônico e (…) comprar urgente”.

 

Outro e-mail traz como assunto o termo “Projeto Moderna”, uma referência à editora que concorria com o COC nas licitações.

 

“Vejam o rapaz novamente… Querem publicar um edital relâmpago”, avisa Leme para Zaher. O projeto seria para o treinamento de professores, segundo Grobman.

 

Zaher escreve que o COC poderia entrar com projetos por meio do Ceforp (Centro de Formação Profissional de Ribeirão Preto), curso que pertence ao empresário.

 

Zaher acabou perdendo ambos os negócios, segundo Grobman. Ele disse à Folha que Chalita preferiu contratar a editora Moderna porque o grupo espanhol que controla a empresa brasileira, o Santillana, prometeu que editaria os livros dele no exterior.

 

Grobman conta que Zaher o colocou como assessor de Chalita para prospectar negócios na secretaria. “Como eu não estava dando muitos resultados, ele colocou o Milton para espionar na FDE”.

 

Leme é investigado em três dos 11 inquéritos. Ele diz que Grobman ganhou dinheiro do grupo ligado a José Serra (PSDB) para acusar Chalita. Segundo ele, Grobman chegou a oferecer R$ 500 mil para que ele sustentasse as acusações.

 

Por: JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e MARIO CESAR CARVALHO
(Fonte: FOlha SP)

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