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Custo do túnel Santos-Guarujá sobe R$ 688 milhões

Um mês após cancelar a licitação do túnel Santos-Guarujá, no litoral sul paulista, por causa de um revés no financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

Início da obra foi adiado para janeiro, depois que financiamento do BID não saiu. governo alega inflação até a data de entrega prevista

 

Um mês após cancelar a licitação do túnel Santos-Guarujá, no litoral sul paulista, por causa de um revés no financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), estatal responsável pela obra, aumentou em R$ 688 milhões o custo total do empreendimento, cujo início da construção foi adiado para janeiro de 2015. A conclusão está prevista para agosto de 2018.

 

No projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa na semana passada, solicitando aval para um novo financiamento para o projeto pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo Geraldo Alckmin (PSDB) informa que o preço final do túnel saltou de R$ 2,5 bilhões para R$ 3,2 bilhões, alta de 27%.

 

Segundo o presidente da Dersa, Laurence Casagrande, a maior parte do aumento se deve a uma atualização do custo pela inflação. “Quase tudo é custo inflacionário. A data-base do projeto anterior era setembro de 2012. Nós atualizamos para junho de 2014. Além disso, incluímos a estimativa de reajustes futuros, com uma inflação anual de 6% até a conclusão da obra, em 2018, porque agora o financiamento do BNDES é em real. Antes nós estávamos protegidos desse efeito inflacionário porque os recursos do BID eram em dólar”, disse.

 

O banco estrangeiro financiaria 42% do túnel, mas acabou cancelando o empréstimo por discordar de uma cláusula do edital que exigia a participação de ao menos duas empresas brasileiras no consórcio vencedor. Agora, o BNDES financiará 72,6% do túnel e a Dersa teve de adequar a nova licitação à legislação brasileira. Só de reajustes futuros, a obra deve encarecer em R$ 384 milhões. Outra parcela do aumento se deve a “ajustes de projeto”. De acordo com Casagrande, um levantamento mais minucioso mostrou que o número de famílias que serão desapropriadas e precisarão ser reassentadas pela Dersa subiu de 1.190 para 1.446, elevando o custo em R$ 137 milhões.

 

Ponte. Só o acréscimo no custo do túnel equivale ao valor total que o próprio governo paulista estimava gastar na construção de uma ponte estaiada ligando as duas cidades litorâneas: R$ 700 milhões. O ex-governador José Serra (PSDB) chegou a gastar R$ 1,3 milhão no projeto básico da ponte e a apresentar uma maquete da obra em março de 2010, quando era pré-candidato à presidência. A promessa era inaugurá-la em 2012.

 

Em seu primeiro ano de governo, em 2011, Alckmin abortou a ponte e anunciou a construção de um túnel que custaria R$ 1,3 bilhão. “A ponte não era consenso e apresentava alguns problemas técnicos. O projeto previa altura de 70 metros, quando se exige hoje o mínimo de 85 metros. Ela criaria um gargalo na zona portuária”, explicou Casagrande.

 

O salto para os R$ 2,5 bilhões aconteceu, segundo o governo, por causa da ampliação das obras viárias de acesso e do uso de tecnologia inédita no País para a construção submersa, que usará estrutura pré-moldada. Segundo a Dersa, o custo específico do túnel, que terá 762 metros e pistas exclusivas para transporte coletivo e bicicletas, é de R$ 596 milhões.

 

A promessa é reduzir de 20 minutos para 1 minuto e 42 segundos o tempo médio de viagem entre Santos e Guarujá. Hoje, para ir de uma cidade a outra é preciso percorrer cerca de 40 quilômetros pela rodovia ou fazer a travessia do canal por oito balsas que têm capacidade para, no máximo, 40 veículos de pequeno porte. A limitação desse transporte chega a provocar mais de um quilômetro de fila de veículos durante a temporada de verão, quando a viagem demora mais de um hora.

 

História. A ligação seca entre Santos e Guarujá é uma demanda antiga e já foi projetada de diferentes formas nas últimas oito décadas. Segundo levantamento feito pela Dersa, o primeiro projeto, que previa a construção de um túnel no canal, foi feito por um engenheiro italiano em 1927. Vinte anos depois, o engenheiro Prestes Maia, ex-prefeito de São Paulo, elaborou três ligações no Plano Diretor de Santos concluído em 1947: duas pontes e um túnel.

 

Entre idas e vindas, o projeto atual parece ser o plano definitivo. De todas as obras propostas, é a única que chegou a obter licença ambiental prévia e iniciar licitação. Para o presidente da Dersa, o túnel é a obra mais moderna do Estado desde a inauguração da Rodovia dos Imigrantes, na década de 1970. O custo de R$ 3,2 bilhões equivale aos 43 quilômetros do Trecho Leste do Rodoanel.

 

(Fonte: MSN)

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