Notícias

Correios vão lançar edital de franquias em dezembro

Pinheiro não adianta valores, mas deixa claro que a taxa de remuneração das franqueadas também vai melhorar. Pelos contratos vigentes, os Correios pagam a elas uma participação de 40% a 10% de suas receitas. Quem presta a menor quantidade de serviços tem uma fatia maior, enquanto quem vende mais fica com participação inferior. O edital suspenso reduzia esses índices para 29,5% a 5%, o que gerava fortes críticas dos empresários.

“As tabelas de remuneração dos serviços estavam muito apertadas”, reconheceu o presidente. Ele disse, porém, que serão mantidas restrições para a captação de clientes no atacado. Isso significa que companhias como bancos, distribuidoras de energia e teles que enviam suas faturas, por exemplo, deverão ficar como clientes exclusivos das agências próprias dos Correios.

Em versões anteriores de licitações que não foram adiante, houve questionamentos sobre um eventual favorecimento da estatal aos atuais donos de franquias, com a inclusão de exigências nos editais que só eles poderiam atender. A vice-presidente de rede e de relacionamento com clientes dos Correios, Glória Guimarães, garantiu que haverá isonomia na disputa. “Todos entram em igualdade de condições”, assegurou ela.

No ano passado, os Correios tentaram licitar a rede de franquias postais, mas o processo acabou suspenso devido à enxurrada de liminares judiciais contrárias ao processo. Apenas 455 das 1.418 agências foram efetivamente licitadas. Dessas, 56 já foram instaladas. As demais estão em fase de implantação. Como elas assinaram compromissos baseados em outras regras, inclusive de remuneração dos serviços, haverá aditamentos aos contratos em vigência. “Os próprios Correios tomarão a iniciativa de fazer as alterações”, disse a vice-presidente.

As agências franqueadas, que hoje predominam na rede dos Correios em grandes centros urbanos, foram instituídas no início dos anos 90. Entre 1992 e 1994, foram expedidas 1.748 autorizações. A Lei 9.648, de 1998, incluiu os serviços postais no rol de atividades públicas sujeitas ao regime de concessão ou de permissão, estabelecendo prazo até o fim de 2002 para os contratos.

Sem as providências para fazer um leilão das franquias até essa data, o governo prorrogou a validade dos contratos até novembro de 2007. O TCU entrou nas discussões e argumentou que a prorrogação havia sido inconstitucional. Mas a estatal fracassou novamente na tentativa de licitar as franquias e renovou os contratos até novembro de 2010. Em cima da hora, uma medida provisória estendeu o prazo até 2012, mas a cobrança do TCU para a licitação aumentou ainda mais.

A publicação dos editais é aguardada com apreensão pela Abrapost, instituição que representa a rede de franqueados. No fim do ano passado, a associação chegou a sugerir que o país sofreria um “apagão postal”, caso a estatal não entrasse em acordo com as franquias. Dessa vez, o clima é mais ameno. “Não conhecemos os detalhes do que será proposto, mas temos confiança que serão apresentadas regras mais equilibradas”, disse Marco Aurélio de Carvalho, advogado da associação.

 

 

Por André Borges e Daniel Rittner | De Brasília
Fonte: Valor Econômico

Related posts
Notícias

Geosistemas arremata licitação dos projetos da Transnordestina

O governo federal não retomou quando nem como as obras do trecho pernambucano da Transnordestina…
Read more
Notícias

Empresa Gaúcha de Rodovias publica licitação para reconstrução da ponte sobre o Rio Forqueta

Estimativa é de que a obra seja concluída em seis meses A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR)…
Read more
Notícias

Cascavel anuncia licitação para pavimentação de estradas rurais em nove comunidades

O valor total estimado para a obra é de quase R$ 10 milhões A Prefeitura de Cascavel anunciou…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *