Para órgão, o fato de ex-ministra da Pesca ter feito pagamento de lanchas-patrulha não a incrimina
Por unanimidade, a Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu ontem arquivar a denúncia contra a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a respeito das polêmicas 28 lanchas-patrulha adquiridas por R$ 31 milhões pelo Ministério da Pesca – parte da conta foi paga na gestão de Ideli.
Apesar de ter livrado Ideli, a comissão mantém o foco sobre os negócios de consultoria do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que desrespeitou o prazo de dez dias para prestar mais esclarecimentos aos conselheiros. “Ideli não fez licitação, não assinou contrato, pagou uma das prestações a que estava obrigada e foi inteiramente excluída das indagações do Tribunal de Contas da União. Não há nada marítimo hoje”, disse o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence. “Não é possível pedir a cada ministro que faça, antes de tomar posse, a folha corrida do seu ministério para saber se no passado houve alguma irregularidade.”
Conforme revelou o Estadão, o dono da fabricante das lanchas, a Intech Boating, doou, a pedido da Pesca, R$ 150 mil ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina, que bancou 81% dos custos da campanha derrotada de Ideli ao governo catarinense.