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Brasil e China firmam acordo para entrada do milho brasileiro no mercado chinês

“Temos 7.500 quilômetros de rodovias, 10 mil quilômetros de ferrovias, portos e aeroportos. Vamos incentivá-los a participar dessas licitações”, disse Temer.

China e Brasil fecharam um protocolo fitosanitário que na prática vai abrir o mercado chinês para o milho brasileiro.

 

No ano passado, o Brasil vendeu apenas US$ 19 milhões de milho para a China –as exportações totais do grão foram de US$ 5,3 bilhões.

 

O protocolo será concluído hoje durante a reunião da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível), realizada em Cantão.

 

Segundo o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, que integra a comitiva brasileira, o volume anual de milho exportado para a China chegará a 10 milhões de toneladas -o excedente atual da produção brasileira- num valor estimado em R$ 4 bilhões.

 

As exportações brasileiras de milho no ano passado foram de 19,8 milhões de toneladas.

 

A liberação do produto brasileiro deve ser a único resultado concreto da reunião de hoje para o Brasil, já que outros pleitos, como a reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira não será atendido.

 

O vice-presidente, Michel Temer, que encabeça a comitiva, disse que pedirá um prazo para que a China chegue a uma decisão sobre a carne brasileira. O produto é barrado no mercado chinês desde o ano passado, quando surgiu um caso do mal da vaca louca no Paraná.

 

Temer lembrou que os frigoríficos nacionais na verdade já vendem grandes quantidades para o mercado chinês via Hong Kong, região administrativa especial da China, que já tornou-se o maior importador de carne brasileira.

 

INSTABILIDADE

 

O vice-presidente afirmou ainda que reforçará na reunião de hoje o interesse brasileiro em atrair investimentos chineses em projetos de infraestrutura no país.

 

“Temos 7.500 quilômetros de rodovias, 10 mil quilômetros de ferrovias, portos e aeroportos. Vamos incentivá-los a participar dessas licitações”, disse Temer.

 

Ele reconheceu que mudanças nas regras das licitações criam incertezas entre investidores estrangeiros e que tentará demonstrar aos chineses que a “estabilidade institucional” do Brasil é uma forma de garantia.

 

“Pretendemos dar segurança jurídica. Eu sei que quanto mais a legislação muda mais instabilidade cria. O que pretendo pregar aqui e lá é a segurança jurídica desses relações. O Brasil não rompe contratos”.

 

Maior parceiro comercial do Brasil e segunda economia do mundo, a China não acenou positivamente a outros pleitos que o Brasil levará à reunião da Cosban, o principal mecanismo de diálogo entre os dois países.

 

Não deve sair, por exemplo, a liberação de licença ambiental para a Votorantim operar uma cementeira no país, adquirida da portuguesa Cimpor. Também continuará pendente um pedido para que a fabricante de ônibus Marcopolo instale uma planta no país.

 

De acordo com uma fonte de alto escalão da comitiva brasileira, foi rejeitado o pedido de “abertura” na legislação trabalhista para facilitar a entrada de mão de obra chinesa no Brasil.

 

Na interpretação do governo brasileiro, é mais uma tentativa da China de repetir o que faz em países da África, onde suas empresas utilizam mão de obra chinesa e geram insatisfação dos trabalhadores locais.

 

Por: MARCELO NINIO
(Fonte: Folha SP)

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