Segundo o governador, 25 empresas disputam a licitação dos seis lotes do Trecho Norte, das quais 18 estrangeiras. Cerca de 111 artes estruturais (como alças e túneis) estão previstas no projeto. O custo total da obra foi estimado em R$ 6,51 bilhões, dos quais R$ 2,79 bilhões sairão dos cofres do governo paulista e R$ 1,72 bilhão virá da União.
O valor restante será coberto pela linha do BID, um empréstimo com cinco anos de carência. O secretário do Tesouro de São Paulo, Andrea Calabi, informou que o prazo de pagamento será de 20 anos, em condições favoráveis. A taxa anual de remuneração aplicada pelo BID, de 0,82%, é a segunda mais baixa entre as de organismos financeiros internacionais, depois da oferecida pelo Banco Japonês de Cooperação Internacional (JBIC).
Ao aprovar a linha de crédito acima de US$ 1 bilhão para o governo paulista, o BID claramente sinalizou com uma prioridade para grandes obras de infraestrutura na América Latina. Moreno se opôs aos argumentos de organizações ambientalistas e de setores políticos paulistas contrários ao Trecho Norte.
Logo depois de assinar o contrato, ele afirmou ter o BID previamente consultado organizacões da sociedade civil local e o Conselho Nacional de Meio Ambiente. O BID está envolvido também em projeto de US$ 12 milhões de financiamento para a mitigacão dos impactos ambientais na Serra da Cantareira, uma das últimas áreas de preservação de Mata Atlântica do Estado. “Em São Paulo, já há um problema ambiental sério”, completou, referindo-se à poluição atmosférica.
O financiamento de mais de US$ 1 bilhão para São Paulo aumentará a carteira do Brasil no BID para US$ 8,294 bilhões. “Se a economia brasileira é a maior da América Latina, nossa melhor posição tem de ser com o Brasil”, afirmou Moreno. Esse montante corresponde a 97 operações, dos quais 87 destinadas ao setor público. Mas apenas US$ 2,2 bilhões já foram desembolsados pela instituição.
Entre os projetos atualmente apoiados pelo BID estão a construção das linhas 4 e 5 do metro de São Paulo e os de manejo da bacia do Rio Tietê e de tratamento de esgoto, ambos tocados pela Sabesp. “A Sabesp é um exemplo de empresa bem sucedida. Deveria haver mais Sabesps na América Latina”, afirmou.
Por: Denise Chrispim Marin, correspondente
(Fonte: Estadão)