Serão construídas em “caráter emergencial”, sem, portanto, necessidade de licitação, informou nesta segunda-feira (6) o governo do Estado do Rio.
As bases definitivas das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) no Complexo do Alemão, conjunto de favelas da zona norte, serão construídas em “caráter emergencial”, sem, portanto, necessidade de licitação, informou nesta segunda-feira (6) o governo do Estado do Rio. O Complexo do Alemão tem 12 favelas e possui, desde 2012, quatro UPPs. Com o recrudescimento da violência na região na quarta-feira passada e a morte de quatro pessoas, entre elas um menino de 10 anos e uma moradora de 40, o governo pretende ampliar a presença policial na favela, com bases definitivas e fortificadas, em substituição às bases antigas, feitas de material pré-moldado. Além das bases, as UPPs contam com postos avançados, instalados em contêineres.
A ideia é que o COE (Comando de Operações Especiais), que reúne o Bope, o Batalhão de Choque e o Batalhão de Ações com Cães, tenha um centro de comando permanente no complexo. Apesar da presença ostensiva da polícia no Alemão, os traficantes permanecem nas favelas e os confrontos são frequentes. De acordo com o Governo do Estado do Rio, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) doou R$ 70 milhões ao governo para a construção de bases definitivas não só no Alemão, mas em todas as 38 favelas com UPP no Rio. Agentes do Ministério Público do Rio constataram as más condições de trabalho dos policiais.
A partir de denúncias de policiais, o MP constatou que em várias UPPs há falta de coletes à prova de balas, armamentos e até mesmo de água potável em algumas unidades. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu nesta segunda-feira que muitos policiais trabalham em condições precárias, ainda que o programa tenha cerca de cinco anos desde sua implantação. O governador se queixou da burocracia e afirmou que poderá construir as bases definitivas sem título de propriedade, registro de imóveis e licenças. “Há uma burocracia muito grande que precisa ser vencida.
Se ficarmos esperando título de propriedade, registro de imóveis, licenças, vamos aguardar pelo resto da vida e o policial continuará trabalhando em condições precárias. Por isso, tomei essa decisão de construir as bases definitivas em caráter emergencial. Se precisar responder a processo, responderei”. Pezão afirmou ainda que irá tomar medidas para aumentar o número de policiais no Estado. Segundo ele, nos três primeiros meses deste ano, 1.100 policiais foram incorporados à Polícia Militar e outros seis mil devem ser admitidos nos próximos meses.
(Fonte: Bem Paraná)