Captação de US$ 11 bilhões pela Petrobrás e sucesso do leilão de áreas de petróleo são sinais que o Brasil continua despertando interesse
Com dinheiro em abundância circulando nos mercados globais e recentes medidas tomadas pela equipe econômica, como a alta de juros para controlar a inflação, os investidores estrangeiros começaram a olhar o Brasil com mais otimismo do que em 2012, quando outros países emergentes tomaram o posto de queridinhos do mercado internacional.
“A maré virou e os investidores começaram a ter uma visão mais benigna em relação à economia brasileira”, disse Henri Alexaline, gestor de recursos da FM Capital Partners em Londres, que administra cerca de US$ 1 bilhão em ativos. Ele explica que ficou difícil argumentar contra a tese de que o humor dos investidores mudou depois que a Petrobrás captou US$ 11 bilhões em títulos de dívida.
A emissão da Petrobrás foi bastante concorrida, com uma demanda total pelos papéis da ordem de US$ 45 bilhões. No dia seguinte, a Agência Nacional do Petróleo encerrou a 11.ª rodada de licitações de áreas para petróleo e gás. Doze petroleiras do Brasil e 18 estrangeiras pagaram o valor recorde de R$ 2,8 bilhões em bônus de assinatura pelas concessões.
Alexaline ressaltou que, graças ao excesso de liquidez nos mercados internacionais neste momento, alimentado pelos programas de afrouxamento monetário de países desenvolvidos, o Brasil permanece um destino atraente. “Sinais recentes, como o aperto monetário iniciado pelo Banco Central, são encorajadores para os investidores”, afirmou. Segundo ele, ao adotar, por exemplo, uma postura mais firme para controlar a inflação, as autoridades brasileiras ajudam a melhorar o ambiente econômico, essencial para aumentar a confiança dos investidores.