“Nós falamos que o governo ia cumprir a meta de 2011 no final do ano passado e todo mundo ficou chocado”, lembra-se Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre.
Para 2012, porém, a situação mudou, na visão de Silvia: “Está muito, muito difícil”, ela diz.
O Ibre prevê superávit primário de apenas 2,1% do PIB no próximo ano. A visão é de que as receitas continuarão crescendo, mas num ritmo bem menor do que o de 2011.
Já as despesas voltam a disparar, com expansão real de 9,4%, praticamente idêntica à média de 9,3% do crescimento de 2009 e 2010,
Na Tendências, o economista Felipe Salto prevê aumentos de despesas em 2012 de R$ 108,4 bilhões, apenas parcialmente compensados pela expansão da receita líquida de R$ 66 bilhões. A diferença de R$ 42,4 bilhões é que, segundo Salto, impedirá o cumprimento da meta de primário de 3,1%.
A projeção da Tendências é de superávit primário de 2,2% do PIB em 2012, podendo chegar na melhor das hipóteses a 2,5%.