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Aldo Rebelo toma posse na segunda-feira e anuncia fim de contratos com ONGs

O novo ministro do Esporte, toma posse com a missão de limpar o nome do PCdoB e provar que o partido pode sim tocar projetos de projeção internacional.

O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, toma posse na segunda-feira com a missão de limpar o nome do PCdoB e provar que o partido pode sim tocar projetos de projeção internacional, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Para isso, visitará todos os estádios a partir de novembro, não poupará ninguém e já tem na cabeça algumas medidas. “Vou trocar o secretário executivo e o chefe de gabinete. São cargos de confiança estrita do ministro”, afirmou. Referia-se a Waldemar Manoel Silva de Souza e a Vicente José de Lima Neto, respectivamente, ligados diretamente ao ex-ministro Orlando Silva. Os contratos com as ONGs, estrelas das ações promovidas pelo Programa Segundo Tempo, também serão suspensos. “Não vamos mais assinar esse tipo de contrato. Vou suspender. Os demais, vamos analisar. Nosso interesse é usar o recurso público da melhor forma possível”, disse Aldo.

O Programa Segundo Tempo, vinculado à Secretaria de Esporte Educacional, é considerado hoje o ponto fraco da gestão no Esporte. Foi dali que partiram as denúncias que inviabilizaram a permanência de Orlando Silva. Dados de relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que, além das supostas irregularidades em contratos com ONGs, o ministério erra ao estabelecer preços abaixo dos aplicados no mercado para abrir os editais, forçando as concorrentes a firmarem acordo para distribuir material esportivo para o Segundo Tempo pelo piso do pregão. Logo após vencer a concorrência, no entanto, as entidades não conseguem aplicar o preço selecionado e o ministério é obrigado a pagar aditivos de contrato para que o material seja distribuído, abrindo caminho para desvios de recursos e dificultando o processo de transparência. É aí que Dilma espera um empenho do novo ministro no sentido de revisar os procedimentos e reforçar a fiscalização. Ela inclusive já havia feito esse pedido a Orlando Silva na semana passada, mas, o ministro, enfraquecido, caiu antes.

Esse programa foi assunto ontem de um almoço entre Aldo e o antecessor, Orlando Silva. Estavam presentes ainda o líder do PCdoB na Câmara, Osmar Prado (PI), e o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros. Ali, Aldo recebeu uma radiografia do que existe hoje no ministério, suas secretarias e principais programas. Passaram um por um, uma vez que Aldo nem sequer conhecia a estrutura da pasta.

Juventude socialista
Dilma e o partido deram carta branca para Aldo trocar quem quiser. Para a presidente, o fundamental agora é resolver os problemas e criar uma agenda positiva para a pasta. Ela não impôs restrições à indicação de militantes do PCdoB. Uma das mudanças que será perceptível, na avaliação de aliados do Planalto, é a mudança na faixa etária média na pasta. A equipe de Orlando tinha, em média, 40 anos. “Não era o partido comunista, era a UJS (União da Juventude Socialista)”, avaliou um assessor do Palácio do Planalto.

Aldo herdará um orçamento de R$ 2,3 bilhões e problemas que se arrastam há anos. A opção administrativa de lotear áreas-chaves do ministério com quadros políticos do PCdoB vindos de Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Mato Grosso reduziu o poder de ação e transformou a pasta em uma distribuidora de material e incentivadora do esporte como modalidade de lazer.

Além do problemático Programa Segundo Tempo, há outros pontos nevrálgicos, como a Assessoria Especial do Futebol, da Secretaria Executiva, e a Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento. No âmbito do Segundo Tempo, o secretário Wadson Nathaniel Ribeiro apresenta perfil mais político do que técnico. Ele é dirigente do PCdoB de Minas Gerais e o currículo de ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) contribuiu para sua nomeação.

A gestão da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento também não está garantida. O secretário Ricardo Leyser Gonçalves, que teve as contas questionadas pelo TCU quando esteve à frente da organização dos jogos Pan-Americanos de 2007, também está na mira das mudanças. A gestão dos programas de Alto Rendimento é considerada insuficiente e a secretaria alcançou 10% da meta de descobrimento de talentos, e não conseguiu cadastrar 40 mil novos atletas conforme a previsão. Em vez de fornecer acompanhamento e estrutura para os atletas, o ministério tem optado por apenas distribuir bolsas, sem alcançar o resultado esperado de formar competidores de alto nível.

Quanto à Fifa e à CBF, Aldo assume disposto a manter o mesmo tom duro adotado por Orlando. Para tanto, já assumiu defendendo a meia-entrada. “Sempre fui a favor”, disse ele. E nem poderia ser diferente. Afinal, nas palavras da presidente Dilma, “não é um assunto de ministério, mas de governo”.

 

Por: Paulo de Tarso Lyra, Denise Rothenburg, Josie Jeronimo e Erich Decat
(Fonte: Correio Braziliense)

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