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ADPF critica nota do Governo da PB sobre investigação do Jampa Digital

“reunindo, ao final, indícios inequívocos de autoria e materialidade de crimes licitatórios, desvios de verbas, corrupção e lavagem de dinheiro”.

Associação dos Delegados diz que apuração foi feita dentro dos parâmetros. Governo havia divulgado nota onde criticava a atuação policial no caso.

 

A Diretoria Regional da Paraíba da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nesta segunda-feira (22) uma nota em resposta à declarações da Secretaria de Comunicação (Secom) estadual sobre as investigações do ‘Jampa Digital’. No domingo (21) o Governo do Estado havia divulgado, em sua página oficial, uma outra nota onde criticava a atuação policial no caso. O documento da Secom foi retirado do ar.

 

Na nota divulgada nesta segunda-feira a ADPF diz que as investigações realizadas nos autos do Inquérito Policial pautaram-se por rigorosos parâmetros de técnica investigativa, “reunindo, ao final, indícios inequívocos de autoria e materialidade de crimes licitatórios, desvios de verbas, corrupção e lavagem de dinheiro”.

 

A associação diz ainda que, ao contrário do que chegou a ser afirmado pelo Governo do Estado, os autos do inquérito policial não estão mais em segredo de Justiça, por decisão do Tribunal Regional Federal tomada no último dia 26 de março. Diz ainda que nenhum pedido de vista dos autos formulado pelos advogados dos investigados no inquérito foi indeferido pela polícia. A ADPF afirma ainda que os ataques a honra dos delegados podem se tornar “objeto de demanda judicial para reparação de danos”.

 

Na nota, tirada do ar, o governo afirmava que o delegado Felipe Alcântara, responsável pela investigação, privilegiou setores da imprensa com a divulgação do relatório final da investigação . Dizia também que houve ausência de zelo no curso da investigação.

 

“É interesse do governador elucidar todo e qualquer assunto a ele relacionado e reestabelecer a verdade dos fatos. Sua trajetória pública não permitiria outra conduta. Trata-se de político com vida proba pautado pelo exercício da transparência, fortalecimento das instituições e defesa do interesse público”, diz a nota do Governo.

 

23 pessoas indiciadas

 

A Polícia Federal indiciou vinte e três pessoas por supostas irregularidades no Projeto Jampa Digital, uma rede que levaria internet sem fio e gratuita para a população de João Pessoa. A investigação da PF concluiu que recursos do projeto foram desviados para financiar a campanha do atual governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) e do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD).

 

O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha, foi indiciado por lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, o esquema foi montado pelo vice-governador Rômulo Gouveia

 

Segundo o inquérito, em 2009, quando era deputado federal, Rômulo Gouveia apresentou uma emenda propondo a criação de um projeto, o Jampa Digital, que deveria levar internet de graça para a população de João Pessoa. O valor total do projeto era de R$ 39 milhões.

 

De acordo com a Controladoria Geral da União na Paraíba, a licitação foi direcionada para que a empresa Idéia Digital ganhasse. A PF afirma que esta empresa desviou R$ 1,6 milhão e pagou R$ 1,1 milhão a outras duas empresas, a Brickell e a Rigusta. Estas duas teriam pago serviços do publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha de Ricardo e Rômulo.

 

A Secretaria de Comunicação do Estado da Paraíba afirmou que as empresas responsáveis pela implantação do projeto Jampa Digital, investigado pela Polícia Federal e que gerou indiciamento de não foi doadora da campanha do governador Ricardo Coutinho .

 

Segundo o Governo do Estado, assim que for notificado, e tendo conhecido do teor do processo o governador prestará os esclarecimentos que se fizerem necessários. Ricardo Coutinho era o prefeito de João Pessoa na época da instalação do projeto na cidade.

 

(Fonte: I Paraiba)

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