Notícias

Licitação de helicóptero no Rio teve concorrente único

Apenas uma empresa, a offshore Synergy Aerospace Inc, sediada no Panamá (um paraíso fiscal) e com capital social de US$ 10 mil, foi considerada habilitada no final da licitação que terminou

Apenas uma empresa, a offshore Synergy Aerospace Inc, sediada no Panamá (um paraíso fiscal) e com capital social de US$ 10 mil, foi considerada habilitada no final da licitação que terminou com a venda ao Estado do Rio do helicóptero Agusta AW109 Grand New, avaliado em quase US$ 10 milhões e usado pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). A história da compra do aparelho está documentada no processo de licitação, obtido pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação.

Apesar de não ter como fornecer certidões negativas de dívidas, nem livros contábeis, exigidos pelo edital – e de cuja apresentação foi eximida, por ser estrangeira, segundo a Lei 8.666/93 – a companhia, do empresário German Efromovich, controlador da antiga OceanAir e hoje Avianca, pôde participar do certame. A outra concorrente, a Helibras, em nome da francesa Eurocopter, foi desclassificada e desistiu de recorrer. Sozinha na disputa, a Synergy foi vencedora.

 

O Agusta está no centro de uma polêmica envolvendo Cabral, que até poucos dias embarcava nele na Lagoa Rodrigo de Freitas e voava até o Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras – menos de dez quilômetros depois. Após reportagem da revista Veja que registrou o embarque de familiares do governador no helicóptero, ele anunciou que não voaria mais para o trabalho, mas continuaria a usá-lo para ir a Mangaratiba, onde tem casa de veraneio.

 

O uso do transporte é citado por pessoas próximas ao governador, como o presidente do PMDB local, Jorge Picciani, como precaução de segurança, devido a medidas de combate ao crime, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas. “Vocês acham que o Cabral e sua família não correm risco?”

 

No “projeto básico para aquisição de uma aeronave tipo helicóptero biturbina de pequeno porte VFR/IFR”, porém, o item segurança pública não é citado. No documento de 15 de fevereiro de 2011, alega-se que o Rio tem características de relevo próprias, com vias terrestres espremidas entre montanhas e o mar e condições de tráfego difíceis, “sendo muitas vezes impossível de se (sic) prever o tempo dispensado para um determinado trajeto”. E prossegue: “A capacidade de rápido deslocamento permite ao governante manter presença constante nos pontos mais distantes do Estado, bem como ter uma agenda de trabalho mais dinâmica e eficiente.”

 

Segundo o governo, quatro empresas manifestaram interesse no negócio, mas só a Synergy (representante da anglo-italiana AgustaWestland) e a Helibras (em nome da francesa Eurocopter) apresentaram propostas. A TAM (pela americana Bell Helicopter) e a Helicentro (credenciada pela MacDonald Douglas, também dos EUA) terminaram por não disputar. O preço-base foi reduzido, depois que o valor médio, inicialmente fixado em R$ 18.200.201,04, foi corrigido, após intervenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE), por reinterpretação da pesquisa de preços, para R$ 16.038.060,96. Tanto a Synergy como a Helibras, porém, foram inicialmente desclassificadas, em julho de 2011, por problemas de documentação, e recorreram.

 

(Fonte: Diario do Grande ABC)

Related posts
Notícias

Recife abre licitação para instalar 42 mil placas de rua em todas as vias da cidade

Prazo para finalização do serviço varia entre um e sete anos, a partir da assinatura do…
Read more
Notícias

Cordeirópolis abre licitação para venda de 12 terrenos

A Prefeitura Municipal de Cordeirópolis anunciou a abertura de licitação para a venda de 12…
Read more
Notícias

Últimos dias para inscrição em licitação para seleção de permissionários para o novo Mercado Municipal da Jurema

Comerciantes e microempreendedores individuais (MEI), têm até o próximo dia 13 de maio, até no…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *