O sr. nunca interferiu no uso do prédio?
O imóvel estava nas mãos da Faculdade de Direito. A reitoria não questionou o uso do prédio. E eu nunca soube o que a faculdade queria fazer ou não. As unidades têm certa autonomia. Quando eu saí da direção da faculdade, o edifício tinha guarda, limpeza e licitação para a compra de móveis. A licitação foi cancelada e eu não soube de nada. Também não fiquei me preocupando com isso.
Por que o sr. fez boletins criticando a faculdade?
Não fiz críticas. O primeiro boletim saiu porque ia ocorrer uma aula pública e havia cartazes afirmando que eu não fiz nada pela faculdade nos últimos dois anos. No boletim, mostrei o que fiz e o que foi pedido pela nova gestão. Não é nada contra o professor Magalhães (diretor da São Francisco). Ele também é uma vítima das circunstâncias.
Mas o boletim é um instrumento oficial.
Não se estava usando o pátio e as paredes da universidade para fazer um movimento para falar mal da administração passada, dois anos depois. Nada mais justo (que fazer o boletim). Faria de novo. Ele só foi enviado para a faculdade, em uma edição particular. Não foi mandado para outras unidades. E nisso foi feito um furor. Quer dizer que não tenho direito de defesa?
E em relação à biblioteca, um problema que afeta diretamente os alunos?
O problema é que nunca se definiu o que se queria. Tiraram um pedaço, deixaram outro. Quando foi pedido para a USP reformar os andares subsequentes (do 5.º ao 9.º pisos), cuja obra havia sido impedida de começar, nós fizemos.
O que o sr. achou de ser considerado persona non grata?
Não tenho nada a dizer a respeito. Não perco tempo verificando isso. Aborreço-me com coisas que vêm de amigos.
Por: Carlos Lordel
(Fonte: Estadão)