Contrato com empresa que fornece equipamentos ao estado se deu mediante dispensa de licitação. Decisão da Justiça determinou que processo seletivo fosse aberto.
A Procuradoria-Geral do Estado entrou, na segunda-feira (9), com recurso no Tribunal de Justiça para reverter a liminar que determinou abertura de licitação para obtenção do novos modelos de tornozeleiras eletrônicas, usadas por presos do regime semiaberto e domiciliar.
O contrato atual do governo do estado foi firmado na modalidade sem licitação, segundo o Ministério Público do RS, e segue mantido até a realização da licitação. Mais de 10 mil tornozeleiras seriam instaladas.
Segundo a PGE, a contratação da empresa prestadora de serviço é para a locação de equipamento e software de monitoramento e rastreamento.
Na decisão anterior, o juiz Hilbert Maximiliano Akihito Obara atendeu em parte o pedido do MP, que havia requerido ainda o cancelamento do contrato.
“É pouco provável que tão somente uma empresa detenha exclusividade para fabricação e fornecimento de tornozeleiras eletrônicas, especialmente em situações em que é reservada ao ente público a liberdade para contratar de acordo com a oferta que melhor lhe convém, dentro dos limites legais”, cita o magistrado, no despacho.
De acordo com o recurso da PGE, o procedimento mediante dispensa de licitação não é irregular e atendeu a todas as determinações legais. A justificativa com relação à escolha da empresa foi por apresentar equipamentos mais modernos.
A Procuradoria-Geral informou ainda que “buscou solução alternativa com aumento de eficiência no monitoramento de presos, já que os sistemas conhecidos e diversos do contratado, além de mais caros e ineficientes, apresentaram deficiência em qualidade e resistência”.
Novo modelo
O novo equipamento é à prova d’água (até 50 metros), tem carregador móvel, bateria de 12 horas – a atual dura no máximo 8 horas -, sensor de posição e movimento e quatro chips – a atual tem dois -, e não tem o sinal bloqueado por papel alumínio.
Segundo o Secretário da Administração Penitenciária (Seapen), César Faccioli, o equipamento significa um avanço. “Essa é uma ação que agiliza o processo, que, além disso, passa por reformas e ampliações e construção de novos presídios, para a criação de novas vagas”, destacou.
O contrato firmado com a empresa, a suíça Geosat, tem a duração de 60 meses e permite a utilização de até 10 mil tornozeleiras. O investimento é de R$ 40 milhões.
Pelos cálculos da Susepe, a nova tornozeleira terá o custo de R$ 66 por preso ao mês, enquanto o apenado no regime fechado custa, atualmente, em torno de R$ 4 mil por mês aos cofres públicos.
(Fonte: G1 – Rio Grande do Sul)