Como as propostas foram elaboradas há três anos, a Prefeitura estuda atualizar os valores antes de dar andamento à licitação.
Até maio, sistema arrecadou R$ 29,3 milhões e custou R$ 31,3 milhões. Déficit é considerado no fechamento financeiro e pode encarecer tarifa.
O transporte coletivo de Piracicaba (SP) acumulou um rombo de R$ 2 milhões entre janeiro e maio deste ano, segundo planilhas da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran). No período, o custo operacional do sistema chegou a R$ 31,3 milhões, mas as receitas ficaram em R$ 29,3 milhões.
O desequilíbrio ocorreu mesmo com a tarifa de ônibus mais cara. O valor da passagem para quem tem o cartão Transporte Integrado de Piracicaba (TIP) subiu de R$ 2,60 para R$ 3 no final de dezembro de 2012, mas foi reduzido para R$ 2,80 em junho após uma série de protestos contra o aumento.
As contas do sistema de transporte coletivo são fechadas 12 meses após o reajuste da tarifa. Se no final desse período houver déficit entre a arrecadação e os gastos, a diferença é considerada no cálculo do reajuste seguinte e pode encarecer ainda mais o preço final da passagem, que nos últimos anos já subiu acima da inflação.
A alternativa, segundo a Prefeitura, é reduzir o custo operacional para evitar o desequilíbrio. “Para cobrir este déficit, caso venha a ocorrer, os recursos poderão ser obtidos com redução de viagens, pelo aumento de passageiros pagantes ou pelo repasse deste déficit acumulado em 12 meses no cálculo do próximo reajuste”, informou o diretor de transportes da Semuttran, Vanderlei Quartarolo.
Desde o início do ano, o transporte custou mais que arrecadou em todos os meses, de acordo com planilhas publicadas no Diário Oficial do Município. Janeiro foi o que teve a maior diferença: rombo de R$ 936 mil nas contas (receita de R$ 5,2 milhões e despesa de R$ 6,1 milhões). O resultado coincidiu com o início da operação de 34 novos ônibus.
Em maio, o desequilíbrio chegou a R$ 663 mil (receita de R$ 6,08 milhões e despesa de R$ 6,7 milhões). Neste mês, de acordo com Quartarolo, o reajuste salarial dos motoristas contribuiu para o aumento dos gastos. Em fevereiro e março o déficit ficou na casa dos R$ 200 mil por mês e, em abril, fechou em R$ 77 mil.
A composição dos custos do transporte coletivo leva em conta despesas com óleo diesel, lubrificantes, pneus, peças e acessórios; depreciação de veículos, instalações e equipamentos; pagamento de salários, encargos previdenciários e impostos, além da remuneração (lucro) das empresas que operam o sistema.
Concorrência retomada
A Prefeitura de Piracicaba retomou em julho a concorrência pública para a nova concessão do transporte, lançada há três anos e ainda não finalizada. A abertura dos envelopes com as propostas das duas empresas que disputam o contrato estava marcada para o dia 17, mas foi suspensa para a análise dos documentos.
Atualização dos valores
Como as propostas foram elaboradas há três anos, a Prefeitura estuda atualizar os valores antes de dar andamento à licitação. O edital da licitação da nova concessão foi lançado em agosto de 2010 e o processo estava parado devido a questionamentos que envolveram desde o Tribunal de Contas do Estado (TCE) até recursos judiciais de empresas interessadas no contrato.
(Fonte: G1)